Grupo da UFSC tem planta solar piloto capaz de produzir mais energia; dados irão beneficiar o setor
A Universidade Federal de Santa Catarina deu mais um passo em direção à inovação na geração de energia solar. O Grupo Fotovoltaica tem, em operação, uma Planta Solar Piloto de Módulos Bifaciais, capazes de gerar energia com radiação direta do sol e refletida pelo solo. O empreendimento foi inaugurado na manhã desta sexta-feira, 27 de maio, pela CTG Brasil, multinacional da área de energia limpa. O projeto foi desenvolvido no âmbito de Pesquisa & Desenvolvimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), em parceria com a Universidade Estadual Paulista (Unesp Ilha Solteira ) e com o Instituto Senai de Inovação em Energias Renováveis.
Com investimentos de R$ 7,2 milhões, o sistema está instalado no Sapiens Parque, onde o grupo da UFSC tem a sua sede e realiza seus experimentos. O coordenador do laboratório, professor Ricardo Rüther, lembrou que a inauguração se dá em uma fase de crescimento do setor, já que há seis anos a fonte solar é a que mais cresce no mundo quando o assunto é geração de energia. Hoje, ela responde por cerca de 8% da matriz elétrica brasileira, com o grupo da UFSC ocupando um papel de protagonismo no cenário da pesquisa e desenvolvimento.
O estudo vai ao encontro da estratégia de inovação da CTG Brasil, que busca identificar novas oportunidades que impulsionem os negócios focados em gerar energia 100% renovável. “Estudos como esse contribuirão para melhorar a oferta de energia no futuro, além de praticar preços mais competitivos e reduzir os impactos socioambientais, por serem projetos de geração de energia limpa. É um tema que interessa a toda a sociedade”, explica Sergio Fonseca, diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da CTG Brasil.
O professor da UFSC também lembra que, por meio dessas parcerias, é possível executar pesquisas que promovam o melhor aproveitamento da energia solar, além de formar recursos humanos altamente qualificados, um dos papéis centrais da Universidade. “Os alunos irem para o mercado altamente qualificados é uma das ambições que temos aqui e isso é possível se nós tivermos projetos como esses”.
O projeto é composto por dois tipos de módulos fotovoltaicos, em quatro solos diferentes, que serão estudados com base nas suas condições de desempenho ao longo das estações do ano. São avaliados fatores como degradação, sujidade, operação dos equipamentos em extrema irradiância e alta temperatura, além de medições de irradiação global horizontal, albedo, temperatura do ar, umidade relativa do ar e velocidade do vento. Segundo a CTG Brasil, o resultado das medições permitirá a realização de um plano de implementação de futuras usinas solares em todo o País, impulsionando o setor de geração de energia fotovoltaica.
Rüther explicou, durante a solenidade de inauguração, que a planta simboliza uma parte do que poderia ser uma usina, com módulos que seguem a trajetória do sol ao longo do dia. É a capacidade dos módulos em refletir que pode gerar ganhos expressivos, por isso a equipe de pesquisadores vai investigar o papel de quatro tipos de solos diferentes no processo. “Nesse projeto a gente está manipulando o solo para aumentar um pouquinho a reflexão do Sol. Se a gente ganhar 5%, no desempenho de uma usina, isso representa uma competitividade maior para o empreendedor”, pontua.
Ainda de acordo com o professor, os dados são gerados a cada segundo e, ao final de um ano, irão compor as evidências necessárias para que se chegue a conclusões que podem ser utilizadas pela empresa, nos empreendimentos de novas usinas pelo Brasil. Conforme a CTG Brasil, os módulos bifaciais vêm se tornando um padrão em empreendimentos solares no Brasil, principalmente por serem capazes de produzir mais energia em um mesmo espaço e reduzir custos em sua implementação.
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