Enfermeira do HU ressalta importância do tratamento humanizado para pacientes com linfoma

A enfermeira Michele Dotto atua na Unidade de Oncologia e Hematologia do HU-UFSC. Foto: Sinval Paulino
O Dia Mundial de Conscientização sobre Linfomas é celebrado anualmente em 15 de setembro. Como o próprio nome sugere, o principal objetivo dessa data é conscientizar a população sobre a importância de identificar precocemente os sintomas do linfoma, ajudando a facilitar o seu tratamento, além de ressaltar a importância do atendimento humanizado, do respeito aos familiares e da necessidade de apoio afetivo por parte da equipe de saúde.
Com 19 anos de atuação nesta área no Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), a enfermeira da Unidade de Oncologia e Hematologia Michele Dotto explicou, nesta entrevista, um pouco sobre a doença e como é o atendimento para os pacientes no hospital.
O que caracteriza o linfoma?
O linfoma é um tipo de câncer que afeta as células de defesa do corpo. Existem diferentes tipos de linfoma, mas os principais sinais de alerta da manifestação da doença são: perda de peso/emagrecimento repentino, sudorese noturna, febre, aparecimento de gânglios aumentados (principalmente na região do pescoço, axilas, abdômen), dor importante e persistente no peito, estômago, abdômen. É muito importante sempre buscar atendimento médico para avaliação, pois o diagnóstico precoce é fundamental.
Quais são os fatores de risco?
Os fatores de risco são, como para a maioria dos cânceres, genéticos, ambientais e hábitos e estilo de vida. Assim, exposição a produtos tóxicos, tabagismo, etilismo, obesidade e consumo de alimentos ultraprocessados são sempre fatores que contribuem.
Como o HU-UFSC se situa na cadeia de cuidado para pessoas com linfoma?
O HU conta com equipe de oncohematologia que há muitos anos atende pacientes com linfoma, integrando a rede de saúde estadual. Contamos com uma equipe multidisciplinar formada por hematologistas, enfermeiros, nutricionistas, psicólogos, assistentes sociais, odontologia hospitalar, cirurgia oncológica, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeuta ocupacional e agência transfusional, além de farmacêuticos, patologistas e recepcionistas que atuam em conjunto para garantir o atendimento. Não posso esquecer também de citar os voluntários que são fundamentais, trazendo ainda mais alegria, música e carinho aos nossos pacientes. Estão disponíveis leitos para internação hospitalar e serviço de quimioterapia ambulatorial.
Como é a vida de uma pessoa em tratamento de linfoma?
Os pacientes e suas famílias são acolhidos e atendidos pela equipe multiprofissional do HU, recebendo toda informação e apoio necessários durante o tratamento e após também. Pelo período de cerca de até cinco anos os pacientes são acompanhados, neste período pode ocorrer recidiva da doença.
Que papel os familiares podem ter neste cuidado?
O impacto do diagnóstico e tratamento afeta a rotina de vida do paciente e da família, com muitas vindas até o hospital por conta do tratamento, coleta de exames, consultas, algumas restrições de atividades de vida diária.
Na sua experiência profissional, como é lidar com pessoas com linfoma?
Minha experiência profissional é muito gratificante, pois há 19 anos integro a equipe e vivencio o crescimento do serviço em tamanho e qualidade. Poder oferecer um tratamento humanizado e trabalhar com uma equipe maravilhosa me realiza. Ao longo desses 19 anos atendi muitas pessoas com linfoma, mas acima de tudo dividimos histórias, compartilhamos muitos momentos alegres e alguns tristes, ensinei, aprendi e fiz amigos.
Unidade de Comunicação Social/HU-UFSC