Equipe da Pediatria do HU/UFSC aprova experiência com telemedicina
A equipe de Pediatria do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) fez uma avaliação sobre o uso da telemedicina, baseada na experiência de atendimento a distância durante a pandemia. Os profissionais consideraram a experiência positiva e apontaram sugestões para melhorar o serviço, como a disponibilização de equipamentos para usar vídeo em tempo real.
Esta avaliação foi feita com base em três meses de experiência com a telepediatria, realizada pelos profissionais do HU/UFSC no período de abril a junho deste ano, quando foram realizadas 109 consultas a distância, atendendo 75 pacientes, num serviço pioneiro em Santa Catarina, por meio de ferramentas do Sistema Integrado de Telemedicina e Telessaúde do Estado, com chat em tempo real. O atendimento a distância continua em funcionamento, atingindo famílias de todo o Estado.
Esta atividade resultou em um trabalho que foi apresentado no Simpósio Ebserh de Segurança do Paciente 2020, assinado pelos pediatras da Unidade de Atenção à Criança e ao Adolescente do HU e equipe da Telemedicina de Santa Catarina: Camila Marques de Valois Lanzarin, Aldo von Wangenheim, Thaïs Cristina Rejane Heim, Fernanda de Souza Nascimento, Harley Miguel Wagner, Heloisa Silva Abel, José Djalma da Silva Júnior e João Carlos Xikota.
A médica Camila Lanzarin explicou que a equipe buscou esta alternativa de atendimento após o governo estadual decidir suspender as consultas ambulatoriais a partir do dia 17 de março, por causa da pandemia. “Nós vimos a possibilidade de garantir a segurança dos pacientes e fazer o acompanhamento em nossas áreas de atuação usando a telemedicina”, disse a pediatra.
Segundo ela, pacientes que já tinham consulta agendada e tiveram o atendimento suspenso foram procurados. A equipe ofereceu este atendimento nas áreas de gastroenterologia, endocrinologia e pneumologia. As famílias que não tinham acesso à internet ou dificuldade para acessar o sistema tiveram a possibilidade de consulta telefônica ou via aplicativo de mensagem.
Os pacientes conseguiram receber orientações, pedidos de exame e até receitas pela plataforma do Sistema Integrado Catarinense de Telemedicina. Todas as informações compartilhadas são protegidas por protocolos internacionais de segurança.
“Notamos um aumento considerável no tempo de consulta e a necessidade de consultas repetidas em alguns casos, a fim de garantir um entendimento completo do paciente sobre todas as orientações médicas fornecidas, bem como para amenizar a sensação de insegurança do paciente após um exame médico não físico. Isso pode estar relacionado ao fato de o chat ser uma forma de comunicação escrita, diferente de uma consulta comum”, explicaram os profissionais do Núcleo no trabalho apresentado no simpósio da Ebserh.
No resumo do trabalho, a equipe apresenta, ainda, sugestões, para melhora do serviço: “Nossa equipe médica tem demonstrado alto grau de satisfação com a ferramenta, porém a evolução futura da assistência audiovisual será útil para melhorar o entendimento das instruções médicas e permitir a avaliação de alguns sinais de exames físicos. Consideramos que o chat não é uma boa opção para as primeiras consultas, quando ainda não está construída a relação médico-paciente”.
Segundo Camila Lanzarin, a participação e o engajamento das equipes foram fundamentais para o sucesso do trabalho deste serviço inédito no sistema público de saúde na região. “Os profissionais de saúde relataram satisfação com a abordagem. Os autores gostariam de destacar a resposta quase imediata de nossas equipes envolvidas no cenário pandêmico”, ressaltou a médica.
Texto: Unidade de Comunicação Social do HU/UFSC