Residentes mantêm atividades em programa de formação no HU

31/08/2020 15:35

Psicóloga Mayara Floriani atua na UTI Neonatal do HU-UFSC

Imagine o que é você estar fazendo uma pós-graduação e, ao mesmo tempo, atuando em sua área profissional e, de um momento para o outro, praticamente tudo muda. Novas rotinas, novas formas de relacionamento com colegas e com o público, novas metodologias e procedimentos, muita coisa nova para aprender e um cenário de muita incerteza. Essa foi, de forma resumida, a realidade dos profissionais que entraram em programas de residências na área da saúde.

“Além de uma nova rotina do hospital, tivemos mudanças, principalmente na fase inicial, na relação com o ensino, afinal a Residência é uma atividade teórico-prática. E no começo tudo teve que ser repensado, readaptado”, explicou a psicóloga Mayara Floriani, que atua na UTI Neonatal do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC) e está em seu segundo ano da Residência Integrada Multiprofissional em Saúde (RIMS).

Como ela, 67 profissionais de oito áreas estão neste programa no HU-UFSC – Psicologia, Enfermagem, Nutrição, Serviço Social, Fonoaudiologia, Odontologia, Fisioterapia e Farmácia –, e todos estão mantendo suas atividades em funcionamento durante a pandemia, atuando em três áreas (Alta Complexidade, Saúde da Mulher e Urgência e Emergência).

“No começo, como todos os profissionais do HU, a equipe de residentes teve de se readaptar. Nós fizemos um trabalho para intensificar os canais de comunicação, repassando orientações tanto sobre as novas rotinas quanto sobre as mudanças de infraestrutura, de protocolos assistenciais e sobre as medidas de proteção e prevenção para os trabalhadores da área de saúde”, explicou a professora da UFSC Alessandra Rodrigues de Camargo, que está na coordenação do programa de RIMS do HU, juntamente com Jeane Wechi, chefe da Unidade de Ensino e Extensão da Gerência de Ensino e Pesquisa do hospital.

“Passado o período de adaptação, eles estão na ativa, juntamente com os preceptores e tutores”, afirmou Alessandra, acrescentando que, com isso, o HU mantém em funcionamento integral um dos focos da instituição, que é a formação de profissionais.

A convivência com o impacto da pandemia acabou se tornando também um aprendizado, já que os profissionais que participam do programa de Residência estão tendo que lidar com uma nova realidade. “Está sendo uma verdadeira pós-graduação dentro da pós-graduação, uma aula de gestão de Enfermagem”, resumiu a enfermeira Alexsandra da Silva, residente do programa de Residência Integrada Multiprofissional em Saúde que atua na UTI geral do HU-UFSC.

“Está sendo um crescimento profissional inédito enquanto gestão de Enfermagem. Aqui na UTI tivemos que lidar com novos profissionais, com a gestão de EPI, com a gestão de recursos e materiais e até com a nova estrutura, pois acompanhamos toda a mudança da UTI para atender às demandas da pandemia”, detalhou Alexsandra, que já está no segundo ano da residência.

Ela afirma que para se sentir segura com todas essas mudanças e responsabilidades inéditas, contou com o apoio dos preceptores e com a coordenação da RIMS, sempre tirando dúvidas sobre a nova situação. “Isso é muito importante para a formação profissional e para a segurança que precisamos nesta fase”, disse.

Quem também viu muitas mudanças em sua rotina foi a psicóloga Mayara Floriani. Segundo ela, além de ter de reorganizar a vida pessoal, como todo mundo, os profissionais residentes vivenciaram mudanças nas aulas teóricas, na fase inicial da pandemia, e enfrentaram novas rotinas de trabalho.

“Na área de Psicologia, foram criadas novas demandas. O paciente hospitalizado já sofre um impacto de diversas formas e, na pandemia, esse impacto teve novas características. Nós tivemos de criar formas de manter a rede de apoio familiar, por exemplo, mesmo com as restrições criadas pela pandemia”, explicou Mayara.

Além da mudança na rotina de trabalho, houve uma preocupação inicial com a supervisão. “No começo da pandemia foi mais difícil, mas agora a coordenação da residência já planejou alternativas, já voltamos a ter tutoria, a aula de residência já voltou, mesmo com o distanciamento social estamos conseguindo nos reunir para discutir os casos”, disse a psicóloga.

Segundo ela, outro ponto importante nesta fase da pandemia foi buscar apoio da instituição para manter os trabalhos. “No HU, foi criado um serviço de acolhimento para a gente discutir o impacto da pandemia do ponto de vista mental e emocional e eu, como psicóloga, sempre oriento os colegas a procurar esse serviço”, afirmou.

 

Texto: Unidade de Comunicação Social HU-UFSC

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