UFSC na mídia: professora da UFSC publica reflexão sobre pandemia em revista italiana
Professora do Departamento de Língua e Literatura Estrangeiras e do Programa de Pós-Graduação em Literatura, Patricia Peterle publicou uma reflexão sobre o impacto do coronavírus na revista italiana Antinomie.
De acordo com Peterle, “o que aparenta ser uma ficção histérica para uma pequena minoria desconcerta grandes e pequenas economias planetárias, coloca-as em crise e, ao mesmo tempo, põe em xeque o nosso estar no mundo. Nada de histeria ou fantasia, pois as mortes são reais, a quantidade de contaminados e internados em alguns países apontam para o colapso dos sistemas de saúde. Os números, sim, aumentam dia após dia, apesar de a China ter conseguido frear a epidemia em seu território. De epidemia para pandemia, somos todos afetados e todos somos possíveis vítimas da Covid-19, que já entrou para a história do século 21. A imagem que circulou o mundo dos caminhões do exército italiano, na cidade de Bergamo, carregando os corpos das vítimas para outras cidades, sem dúvida, assusta. É uma imagem da guerra: o fantástico tocando o real. A crise que estamos experienciando leva a tantas outras crises, mas também ao desmascaramento de crises que estavam encobertas ou escondidas. Sem dúvida, uma visão de mundo implodiu com a chegada da Covid-19 — ou, melhor, já havia implodido, mas agora se apresenta de forma tão virulenta nos corpos dos estados e dos cidadãos. A emergência, normalmente, requer a urgência, mas nós já vivemos — muitas vezes sem nos darmos conta — sob esse mesmo regime da emergência. Uma emergência significa também aprender no limite do colapso, romper com os jogos do possível diante de um imprevisto. O dos nossos tempos não é somente um imprevisto, é também algo de ingovernável e incontrolável, e, por isso mesmo, mais ameaçador. A saída do curso comum se impõe inclusive no plano econômico, pois a sociedade — como estamos acompanhando na Itália e agora por aqui — padece pouco a pouco com isolamentos necessários, o ritmo frenético vai sendo freado por imposições e restrições que ferem importantes conquistas que não devem ser esquecidas”.
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