Vivências de perdas e lutos: projeto de extensão da UFSC oferta apoio psicológico
A lei da vida inclui a morte. A trajetória da vida nos apresenta a todo o momento situações de perda. Diante delas, o ser humano lida consigo para superar a dor e seguir em frente. E quando falamos de perda não estamos tratando apenas da morte de um ente querido, mas também de pequenos acontecimentos, como a troca de emprego, o rompimento de um namoro, a saída da casa dos pais.
Se a morte faz parte da vida, como lidar com isso? Pensando nesse tipo de atendimento, o Serviço de Atenção Psicológica da UFSC (Sapsi) implantou este mês o Grupo de Apoio Psicológico a Pessoas com Vivências de Perdas e Lutos (LAPPSILu). Vinculado ao Departamento de Psicologia do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH), o Laboratório acolhe, orienta, compartilha e integra as vivências de perdas e de lutos visando à promoção da saúde e do bem-estar individual, familiar e social dos participantes.
O primeiro encontro do grupo foi realizado dia 20 de outubro com a participação de 12 pessoas da comunidade interna e externa da UFSC. O projeto de extensão tem dois momentos: primeiro é feito um acolhimento da pessoa em luto ou vivência de perda, que por meio de uma entrevista. “Nesta entrevista entendemos o sofrimento da pessoa para analisar o melhor trabalho a ser feito. Em seguida encaminhamos a pessoa para o grupo, se trata de uma vivência que envolve atividades para todos se conectarem com as emoções, reconhecer as mudanças que precisam ser feitas por meio de estratégias de apoio entre o grupo”, explica Ivânia Jann Luna, professora do CFH e coordenadora do projeto.
O acolhimento é aberto à comunidade interna e externa que tenha vivências de perdas significativas, seja por morte ou não. “A cultura do luto nos remete, apenas, as grandes perdas, pois a sociedade não reconhece/valida as outras perdas. Assim, temos que superar a crise e a dor muito rapidamente, como se ficar triste fosse ruim. O ser humano internaliza as pequenas coisas como normais e não reconhece esses sentimentos, essas perdas”, explica Ivânia, ao analisar que é preciso acolher essas dores para se recuperar e seguir adiante.
Luísa Nunes Estácio, estudante na 6ª fase do curso de Psicologia e estagiária do projeto, percebe a área de pesquisa como muito rica. “Como estudante temos a oportunidade de colocar em prática os conceitos que vimos em sala de aula. Ainda, a experiência com o projeto faz com que nos coloquemos no lugar do outro e, com isso, nasce mais comprometimento e sensibilidade com o trabalho”.
Ivânia reforça que o luto impacta na saúde mental e física das pessoas, por isso procurar ajuda para além dos medicamentos é fundamental. “Muitas vezes, o medicamento não acolhe essa dor e acabamos nos recuperando com algumas fragilidades, é preciso reconhecer e se questionar sobre o fato”.
Para participar é necessário agendar o atendimento individualizado (acolhimento) por meio do contato lappsilu@gmail.com, que são realizados nas segundas e quartas-feiras, das 13h30 às 15h30, no Laboratório do LAPPSILu. O serviço faz parte de uma gama de outros projetos desenvolvidos pelos laboratórios e núcleos do Departamento de Psicologia da UFSC. Conheça outros atendimentos ofertados pelo Sapsi acessando o site.
Serviço
O quê: Grupo de Apoio Psicológico a Pessoas com Vivências de Perdas e Lutos (LAPPSILu).
Quando: Segundas e quartas-feiras (acolhimento inicial) / Sextas-feiras (atividade em grupo)
Onde: Laboratório do LAPPSILu (campus Florianópolis, bairro Trindade)
Quanto: gratuito
Agendamento: lappsilu@gmail.com /(48) 3721.402
Nicole Trevisol/Jornalista da Agecom/UFSC