Projeto ‘Acidificação Oceânica’ promove série de atividades sobre oceanos

29/05/2017 09:54

O projeto “Acidificação Oceânica” da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promove uma série de eventos relacionados com a semana dos oceanos, e discutirá sobre a questão ambiental que comprometerá e causará danos a vida dos oceanos. O evento será realizado entre os dias 4 e 8 de junho na UFSC e em Florianópolis.

O encontro busca reunir representantes de diferentes áreas  como aquicultores, pescadores, setor turístico e relacionado com conservação e instituições para apresentar o problema e buscar por soluções em diferentes escalas. Haverá atividades de embarque, no dia 4 de junho, e na praia, dia 8 de junho.

O que é Acidificação Oceânica
Entende-se por acidificação a redução do pH dos oceanos por longos períodos de tempo (décadas ou mais). O processo de acidificação, documentado globalmente se depara com previsões pessimistas que apontam para reduções importantes caso sejam mantidas as formas de produção de energia e de movimentação da frota de veículos a partir da queima de combustíveis fósseis.

Causas
Esta redução do pH é causada principalmente pela dissolução do CO2 atmosférico nos oceanos. O aumento contínuo das emissões antropogênicas de CO2 para a atmosfera desde o início da Revolução Industrial elevou a concentração de dióxido de carbono na atmosfera a níveis 40% superiores aos encontrados no período pré-industrial. Este gás quando em solução reage com a água formando um ácido que reduz o pH do meio.

Impactos
Atualmente, os oceanos absorvem todo ano 25% das emissões de CO2 antropogênico (CO2ant), o que vem reduzindo drasticamente o impacto deste gás de efeito estufa sobre o clima em nosso planeta. O oceano Atlântico apresenta as maiores concentrações de CO2ant em superfície. No entanto, a absorção do CO2ant pelos oceanos altera a química da água do mar pelo aumento na formação de ácido carbônico, e em consequência ocorre a diminuição do pH da água. Este processo torna a água do mar mais “corrosiva” para os organismos que produzem conchas e outras estruturas calcárias, podendo afetar também a sua reprodução, fisiologia e distribuição geográfica. Caso o ritmo atual de emissões antropogênicas de CO2 seja mantido, dentro de poucas décadas a água do mar em regiões tropicais não sustentará mais o desenvolvimento de ecossistemas coralinos, por exemplo. Isto levará à perda de biodiversidade e a impactos econômicos ligados aos recursos pesqueiros e atividades relacionadas ao turismo.

Soluções
Medidas de mitigação dos impactos climáticos (redução da temperatura global, redução nas emissões dos outros gases de efeito estufa) não têm nenhum efeito sobre o problema da acidificação dos oceanos. A acidificação não é causada pelas mudanças climáticas globais, ela é outro problema relacionado às emissões antropogênicas de CO2. O manejo, restauração de ambiente que absorvem o dióxido de carbono pode representar localmente medidas que venham a minimizar os impactos que a elevação do dióxido de carbono dissolvido causa especialmente em atividades como a aquicultura e a pesca. O Cultivo de algas marinhas representa uma das alternativas que além de mitigar localmente representa um alternativa de adaptação para compensar as perdas que o setor pesqueiro e aquicultor deverão enfrentar considerando o inequívoco processo de acidificação.

Mais informações e programação completa, através do link ou no site: acidificacao-oceanica.org/portal/

 

 

 

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