EdUFSC reedita obra de referência que promove inclusão dos surdos
A terceira edição revista do clássico As imagens do outro sobre a cultura surda, de Karin Strobel, atende a uma prioridade da atual gestão da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC): a inclusão social e o fortalecimento do Programa de Libras (Língua Brasileira de Sinais). O diretor da EdUFSC, Fábio Lopes, salienta que a divulgação de pesquisas e a publicação de obras relacionadas à língua de sinais ocupam espaço especial no programa de ações e estratégias da editora universitária.
Convidada a revisar o livro, a professora Sueli Fernandes constatou que o texto de Karin Strobel “estava pronto, babélico, disperso, plural!” A revisora garantiu, assim, o direito da autora de “ser sujeito em sua própria língua, dissolvendo sua voz no caldo da língua majoritária oficial”.
A escritora sabe que não faltam belos livros e teses sobre os surdos. Mas as suas perguntas não deixam calar: será que “sabem sobre a cultura surda? Sentiram na própria pele como é ser surdo?”.
A obra narra experiências concretas vivenciadas pelos sujeitos surdos contra a opressão cultural e que permitiram, na luta, assegurar a sua sobrevivência e afirmar as suas identidades. Karin Strobel não defende somente o respeito à diferença cultural. Ao denunciar a realidade brasileira, que ainda não aceita nem compreende a cultura surda, a pesquisadora apela à sociedade para que reconheça as suas diferentes identidades, histórias, subjetividades, línguas e formas de viver e de se relacionar com o mundo.
A autora tem uma vida dedicada à causa dos surdos brasileiros. Formada em Pedagogia, é especialista na área de surdez e doutora em Educação Especial pela UFSC. Ex-presidente da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos, hoje é professora e coordenadora do Curso de Letras/Libras da UFSC.
Em todos esses anos de atuação, sintetiza no prefácio a professora Ronice Müller de Quadros, a autora “percebeu o quanto é importante ver o outro e perceber como o outro a percebe enquanto surda”. Desconstruindo o estranhamento do outro e da outra, Karin Strobel toma o “leitor pela mão e o faz perseguir as trilhas dos surdos de um jeito surdo”, afinal, como fica evidente, “os surdos constituem um povo”. A leitura do livro da EdUFSC assume o mérito de mudar o ouvido e a visão sobre esse povo e, quem sabe, ajude a construir, a partir da Universidade, uma história de inclusão, livre de preconceitos e opressão. O Programa de Libras da UFSC parece ser um bom sinal: é referência nacional na língua de sinais.
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Moacir Loth /Jornalista na Agecom/UFSC
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