UFSC na mídia: Matéria sobre pesquisa liderada pela universidade dá prêmio Fatma de Jornalismo Ambiental ao Diário Catarinense
A matéria Pesquisa liderada por UFSC dá um panorama de vida marinha no país, publicada no Diario.com.br, em 19 de maio de 2013, foi vencedora da categoria Internet do Prêmio Fatma de Jornalismo Ambiental, patrocinados pela Fatma e Tractebel energia.
Leia a matéria:
Pesquisa liderada por UFSC dá um panorama de vida marinha no país
A pesca e a poluição são os principais motivos apontados para o desaparecimento dessas espécies maiores em praticamente toda a costa do país, por terem atingido peixes menores que serviam de fontes de alimento. O quadro pode ser revertido caso haja o aumento da preservação, contribuindo para o aumento de populações.
Entre as boas surpresas dos estudos no país estão a Ilha de Alcatrazes (SP) e Parcel de Manuel Luís (AL), que revelam uma grande quantidade de espécies variadas, de tubarões a garoupas. De acordo com os especialistas, são esses locais que dão as pistas da abundância de peixes que existia provavelmente na maior parte da costa brasileira.
Já foram investidos na Sisbiota-Mar cerca de R$ 1 milhão de órgãos de fomento à pesquisa. Metade veio do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o restante da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).
O projeto foi inicialmente previsto para ter duração de três anos, mas os estudiosos preveem a continuidade da rede, em prol do compartilhamento de dados entre as instituições.
Necessidade de áreas de proteção
Ao promover o conhecimento da riqueza marinha no Brasil, a rede Sisbiota-Mar também evidencia a importância de áreas de preservação no litoral. As duas Rebios do país, a de Atol das Rocas (RN) e do Arvoredo, entre Bombinhas e Florianópolis, em comparação com outras áreas do país, ainda se destacam em quantidade de peixes.
De acordo com levantamento dos pesquisadores, apenas 2% dos 3,6 milhões de quilômetros quadrados de mar do país está em área marinha protegida. Destes, só 0,14% estão em áreas de proteção integral.
Dados devem ser passo para outras pesquisas
As informações coletadas e compartilhadas na rede são o ponto de partida para comparações entre populações entre países e até para o desenvolvimento de medicamentos. Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, que também integram a rede, analisam o potencial de substâncias de bactérias encontradas em corais ao longo do litoral. Informações preliminares apontam que o coral baba de boi pode ajudar no tratamento contra o câncer de próstata e leucemia.
As coletas de material são feitas no Ceará, na Bahia, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, na região da Ilha do Arvoredo. A mestranda em Farmacologia da Federal do Ceará, Bianca Del Bianco Sahm, explica que ainda há um longo percurso até se comprovar a eficácia das substâncias. Porém, para ela, o intercâmbio de informações entre as universidades pela Sisbiota-Mar ajuda bastante.
— Ainda é tudo muito inicial. A cada 5 mil substâncias descobertas, só uma entra no mercado. Mas os trabalhos continuam e essa interação com outros trabalhos na rede é bem importante — relata.
Outra integrante da rede é a mestranda em Ecologia na UFSC, Júlia Nunes de Souza. A estudante faz parte da equipe que percebeu que os corais de fogo encontrados no Brasil, entre o Maranhão e o Rio de Janeiro, têm uma diversidade genética menor do que aqueles encontrados do Caribe. Na prática, isso os torna mais vulneráveis aos impactos ambientais, reforçando a importância de preservação da espécie.
— Por serem formações mais recentes, eles acabam sendo mais suscetíveis aos impactos — ponta a estudante.
Por Gabrielle Bittelbrun: gabrielle.bittelbrun@diario.com.br
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