UFSC na mídia: Matéria sobre pesquisa liderada pela universidade dá prêmio Fatma de Jornalismo Ambiental ao Diário Catarinense

07/01/2014 15:12

A matéria   Pesquisa liderada por UFSC dá um panorama de vida marinha no paíspublicada no Diario.com.br,  em 19 de maio de 2013foi vencedora da categoria Internet do Prêmio Fatma de Jornalismo Ambiental, patrocinados pela Fatma e Tractebel energia.

Leia a matéria:

Estudos em todo o litoral brasileiro começaram em 2011 e envolveram 10 instituições. Foto: G.O. Longo / Divulgação

Pesquisa liderada por UFSC dá um panorama de vida marinha no país

Retratos da vida marinha brasileira elaborados por pesquisadores de todo o país serão apresentados ao longo desta semana, em Florianópolis. Os trabalhos da Rede Nacional de Pesquisa em Biodiversidade Marinha, a Sisbiota-Mar, capitaneados pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), serão apresentados no Congresso Brasileiro de Biologia Marinha até o próximo dia 23. No último final de semana, reuniões na UFSC elencaram algumas conclusões e apontaram que o mar catarinense já esteve melhor em diversidade de espécies.A Sisbiota-Mar reúne projetos de pesquisadores de pelo menos 10 instituições do Brasil desde 2011, com o objetivo de se elaborar um panorama inédito e integrado dos seres que vivem no mar do litoral do país. Expedições evidenciaram regiões que ainda apresentam as mesmas formações de corais denunciadas em registros da década de 1960 e outras que requerem mais cuidados.O professor do Departamento de Zoologia e Ecologia da UFSC e um dos coordenadores da rede, Sergio Floeter, considera que, no levantamento geral, Santa Catarina está entre as intermediárias em preservação. Mas o cenário já foi melhor, como complementa o professor Alberto Lindner, do mesmo Departamento da UFSC.— Registros da década de 1960 apontam que, em um dia, se pegou três meros e dois tubarões magona na Ilha da Galé (que integra a Reserva Biológica Marinha do Arvoredo). Hoje, eles são encontrados longe da costa ou somente em mar aberto — relata.

A pesca e a poluição são os principais motivos apontados para o desaparecimento dessas espécies maiores em praticamente toda a costa do país, por terem atingido peixes menores que serviam de fontes de alimento. O quadro pode ser revertido caso haja o aumento da preservação, contribuindo para o aumento de populações.

Entre as boas surpresas dos estudos no país estão a Ilha de Alcatrazes (SP) e Parcel de Manuel Luís (AL), que revelam uma grande quantidade de espécies variadas, de tubarões a garoupas. De acordo com os especialistas, são esses locais que dão as pistas da abundância de peixes que existia provavelmente na maior parte da costa brasileira.

Já foram investidos na Sisbiota-Mar cerca de R$ 1 milhão de órgãos de fomento à pesquisa. Metade veio do Conselho de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e o restante da Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catarina (Fapesc).

O projeto foi inicialmente previsto para ter duração de três anos, mas os estudiosos preveem a continuidade da rede, em prol do compartilhamento de dados entre as instituições.

Necessidade de áreas de proteção

Ao promover o conhecimento da riqueza marinha no Brasil, a rede Sisbiota-Mar também evidencia a importância de áreas de preservação no litoral. As duas Rebios do país, a de Atol das Rocas (RN) e do Arvoredo, entre Bombinhas e Florianópolis, em comparação com outras áreas do país, ainda se destacam em quantidade de peixes.

De acordo com levantamento dos pesquisadores, apenas 2% dos 3,6 milhões de quilômetros quadrados de mar do país está em área marinha protegida. Destes, só 0,14% estão em áreas de proteção integral.

Dados devem ser passo para outras pesquisas

As informações coletadas e compartilhadas na rede são o ponto de partida para comparações entre populações entre países e até para o desenvolvimento de medicamentos. Pesquisadores da Universidade Federal do Ceará, que também integram a rede, analisam o potencial de substâncias de bactérias encontradas em corais ao longo do litoral. Informações preliminares apontam que o coral baba de boi pode ajudar no tratamento contra o câncer de próstata e leucemia.

As coletas de material são feitas no Ceará, na Bahia, no Rio de Janeiro e em Santa Catarina, na região da Ilha do Arvoredo. A mestranda em Farmacologia da Federal do Ceará, Bianca Del Bianco Sahm, explica que ainda há um longo percurso até se comprovar a eficácia das substâncias. Porém, para ela, o intercâmbio de informações entre as universidades pela Sisbiota-Mar ajuda bastante.

— Ainda é tudo muito inicial. A cada 5 mil substâncias descobertas, só uma entra no mercado. Mas os trabalhos continuam e essa interação com outros trabalhos na rede é bem importante — relata.

Outra integrante da rede é a mestranda em Ecologia na UFSC, Júlia Nunes de Souza. A estudante faz parte da equipe que percebeu que os corais de fogo encontrados no Brasil, entre o Maranhão e o Rio de Janeiro, têm uma diversidade genética menor do que aqueles encontrados do Caribe. Na prática, isso os torna mais vulneráveis aos impactos ambientais, reforçando a importância de preservação da espécie.

— Por serem formações mais recentes, eles acabam sendo mais suscetíveis aos impactos — ponta a estudante.

(Veja o mapa interativo )

 Por Gabrielle Bittelbrun: gabrielle.bittelbrun@diario.com.br

 

Fonte:

http://diariocatarinense.clicrbs.com.br/sc/geral/noticia/2013/05/pesquisa-liderada-por-ufsc-da-um-panorama-de-vida-marinha-no-pais-4142543.html

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