Pesquisa propõe uso de células-tronco no tratamento de lesões na pele

07/06/2013 17:42

Estudante Bibiane Lago de Castro apresenta a pesquisa que usa células-tronco e PRP no tratamento de queimaduras da pele

Depois de um acidente com queimaduras graves podemos ter sequelas na pele e problemas de regeneração, o que pode resultar em grotescas cicatrizes. O uso de PRP (Plasma Rico em Plaquetas) em conjunto às células-tronco da pele humana é uma associação inovadora que demonstrou uma otimização no tratamento de lesões agudas na pele. A aluna de mestrado do Programa de Pós-Graduação em Biologia Celular e do Desenvolvimento da UFSC, Bibiane Lago de Castro, orientada pela professora Andréa Gonçalves Trentin, estudou os efeitos desta associação em uma matriz de regeneração dérmica, que é uma espécie de substituto da pele utilizado no tratamento de lesões graves.

O PRP é um concentrado de plaquetas adquirido do próprio paciente. As plaquetas são células que estão em nosso sangue e que auxiliam no processo de cicatrização, já que liberam importantes fatores de crescimento, estimulam a síntese de colágeno e a diferenciação de células importantes para a regeneração do tecido.

Quando há uma grande perda de pele ou mesmo uma grande sequela, como ocorre em casos de queimaduras profundas, é aplicada sobre a ferida uma matriz composta de uma camada de silicone, uma camada de colágeno e de moléculas que compõem a derme, chamada Integra®. Esse composto age como uma nova matriz de regeneração, oferecendo um ambiente ideal para que as células possam repovoar a área de pele perdida.

A proposta de utilizar o PRP e as células-tronco da pele junto desse elemento busca otimizar o tempo de regeneração da ferida, a estrutura funcional e a aparência da pele reconstituída. Por serem retiradas do próprio paciente, não apresentam risco de rejeição e prometem aumentar a vascularização dos tecidos e acelerar a cicatrização.

Segundo a pesquisadora, o estudo teve como apoio teórico a Engenharia de Tecidos, área biológica que desenvolve correspondentes de pele para reconstituir lesões. Também busca associar estes compostos com substâncias biológicas, com a finalidade de aprimorar o efeito destes na regeneração de tecidos. O processo estudado pode ser aplicado em feridas oriundas de escaras, queimaduras, perdas de tecido dérmico, câncer de pele, entre outros.

Ainda em fase experimental, o estudo se mostrou promissor para aplicação clínica, já que o PRP estimulou a síntese de colágeno por meio das células-tronco e as influenciou a se tornarem células semelhantes a miofibroblástos, importantes na cicatrização. Nas próximas etapas serão realizados testes pré-clínicos e clínicos, diretamente em pacientes que possuam grandes lesões de pele.

Mais informações:
Professora  Andréa Gonçalves Trentin
Fone (48) 3721-4582
E-mail: atrentin@ccb.ufsc.br

Luciane Toledo / Estagiária de Jornalismo no Centro de Ciências Biológicas (CCB) / UFSC
comunicacao.ccb@contato.ufsc.br 

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