Administração Central encaminha ações contra pichações nazistas no Centro de Convivência

07/10/2016 15:21

A Administração Central da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) esteve reunida, na sexta-feira, 7 de outubro, com estudantes responsáveis por atividades culturais na Sala Quilombo, no Centro de Convivência. O grupo fez uma denúncia, por meio da Ouvidoria da Universidade, contra manifestações nazistas de cunho racista em pichações encontradas na sala. A Secretaria de Segurança Institucional (SSI) encaminhou ofício à Polícia Federal e, mediante identificação dos autores, tomou em conjunto as medidas cabíveis.

Centro de Convivência Noite - 2014 - Foto Henrique Almeida (3)

Centro de Convivência da UFSC. Foto: Henrique Almeida/Agecom/UFSC

“Não vamos tolerar qualquer tipo de ação preconceituosa que busque intimidar qualquer grupo da UFSC. A Saad [Secretaria de Ações Afirmativas e Diversidades] foi criada para atender essas demandas e combater os preconceitos aqui dentro da Universidade”, salienta Áureo Moraes, chefe de gabinete da Reitoria. “Conversamos com os estudantes e tomamos as providências institucionais para chegar a uma solução. Nos preocupa esse tipo de manifestação, principalmente pela integridade e segurança dos estudantes”, explica.

Moraes informa que a denúncia chegou ao Gabinete da Reitoria na terça-feira, 4 de outubro, por meio da Ouvidoria. A SSI deu andamento, buscando a identificação dos autores por meio das câmeras de videomonitoramento no entorno do prédio. O secretário da SSI, Leandro Oliveira, entregou um ofício com fotos do local e informações à Polícia Federal – instituição responsável pela investigação criminal.

A secretária da Saad, Francis Tourinho, ressalta que a Secretaria tem autonomia para instaurar processos disciplinares, que já vêm sendo feitos com base em outras denúncias de grupos de estudantes, coletivos ou denunciantes individuais. A Saad já encaminhou processos em casos de ofensas feitas em redes sociais contra mulheres e contra estudantes indígenas. Se os autores são identificados como estudantes da UFSC, a Saad abre processos junto aos colegiados de curso, que procedem a punir os responsáveis.

“A Saad, desde o início, vem atuando em frentes contra inúmeros tipos de violências, fobias e racismo. Defenderemos as diversidades em todas as instâncias da Universidade, onde deve haver respeito a todas as expressões e manifestações de cunho pacífico. Qualquer tipo de manifestação que incite à violência não será tolerada pela UFSC. Esta prática criminosa, que ataca e menospreza os negros da comunidade acadêmica, atinge a todos e debocha das ações afirmativas, que é política e escolha da UFSC”, salienta Francis.

 

Mayra Cajueiro Warren
Jornalista da Agecom/UFSC

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