Semana de Combate às Fobias de Gênero na Saúde segue até sexta-feira na UFSC

01/09/2015 13:53

Apresentar discussões de gênero nos cursos de ciências da saúde foi uma das necessidades discutidas na abertura da 1ª Semana de Combate às Fobias de Gênero na Saúde, realizada na segunda-feira, 31 de agosto, no auditório da Pós-Graduação do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O evento é uma parceria do Departamento de Saúde Pública, através do “Epicen@s: Núcleo de Estudos em Gênero e Saúde”, em conjunto com o grupo “Acontece – Arte e Política LGBT” e a Fundação Açoriana para o Controle da AIDS (Faça).

1ª semana de combate às fobias de gênero na Saúde - Foto Henrique Almeida-9

professor Murilo Moscheta, na abertura do evento. Foto: Henrique Almeida/Agecom/DGC/UFSC

Professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC, Rodrigo Otavio Moretti-Pires afirmou na abertura da programação que a discussão sobre gênero é praticamente inexistente nos cursos. “Entende-se a saúde por uma perspectiva heterossexual compulsória, e isto não representa a realidade”.

A professora do Departamento de Pediatria e vice-diretora do CCS, Isabela de Carlos Back Giuliano, lembrou que “qualquer iniquidade em saúde é cruel e monstruosa; por preconceito, é ainda mais condenável” e destacou a importância do CCS ser espaço deste tipo de debate.

Palestrante convidado, o professor da Universidade Estadual de Maringá Murilo dos Santos Moscheta destacou o atendimento à população LGBTT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) como “questão de responsabilidade” dos cursos de ciências da saúde.

“O discurso científico e as práticas de saúde contribuíram, a partir do século 19, para caracterizar a sexualidade fora das perspectivas heterossexual, monogâmica, familiar e reprodutiva como patológicas. É responsabilidade do campo da saúde reinventar estas práticas de desigualdade que a gente ajudou a construir” diz Moscheta.

Ele ressaltou que a discriminação mina as boas condições de vida. “O modo como vivemos contribui para determinar nossa saúde. Imagine quantos insultos e violências uma pessoa trans pode aguentar antes de sair da escola”. De acordo com Moscheta, o acesso e a utilização de serviços da saúde podem até agravar preconceitos e condições. “Para receber tratamento hormonal, uma pessoa trans precisa produzir uma narrativa sofrida de si mesma, que permita um diagnóstico de distúrbio, e provocar o agravamento do próprio mal-estar, e só a partir daí ser atendido”. O professor questiona o que sente um LGBTT ao procurar uma unidade básica de saúde: “Qual a conta de ser desrespeitado ou agredido? Ficar em casa e tomar um antibiótico recomendado por um amigo? E o medo de não ser chamado pelo nome social? Além de não ser compreendido, precisa explicar educar ou satisfazer a curiosidade perversa do profissional de saúde”.

Para Moscheta, os profissionais de saúde são formados em uma sociedade discriminatória, educados com um conjunto de preconceitos que serão reproduzidos no atendimento. “A discriminação pode perverter o cuidado e encontra amparo no pretenso discurso científico, como psicólogos que insistem em ‘curar homossexuais’. Há a impossibilidade de criar um vínculo com o sistema de saúde”.

Antes da palestra de Moscheta, os organizadores apresentaram um vídeo de estudantes de Nutrição, “Saúde pública e população LGBT”, produzido para a disciplina “Desenvolvimento da comunidade”.

Depois dos debates, houve apresentação da performance de Lui Castanho, sobre as expectativas da leitura do próprio corpo.

A 1ª Semana de Combate às Fobias de Gênero na Saúde segue até o dia 4 de setembro, no bloco H do Centro de Ciências da Saúde.

Caetano Machado/Jornalista da Agecom/DGC/UFSC
caetano.machado@ufsc.br

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Professores da UFSC eleitos para diretoria da Associação Brasileira de Saúde Mental

11/06/2015 15:08

A nova diretoria da Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme) foi eleita no 2º Fórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde Mental e conta com dois representantes da Universidade Federal de Santa Catarina: Walter Ferreira de Oliveira, como presidente, e Fabricio Augusto Menegon, como primeiro tesoureiro. Ambos são do do Departamento de Saúde Pública, do Centro de Ciências da Saúde (CCS).

Mais informações: Abrasme.

Tags: AbrasmeAssociação Brasileira de Saúde MentalCentro de Ciências da SaúdeDepartamento de Saúde PúblicaFórum Brasileiro de Direitos Humanos e Saúde MentalUFSC

Revista ‘Cadernos Brasileiros de Saúde Mental’ lança novo número

11/06/2015 14:48

A revista Cadernos Brasileiros de Saúde Mental (CBSM) lançou seu novo número e já pode ser acessada na página do Laboratórios de Periódicos da UFSC. Publicação acadêmica semestral, a CBSM é indexada na Capes nas áreas de psicologia e saúde coletiva e divulga artigos, ensaios, resenhas, entrevistas e outros textos de diversas regiões do país, engajada no processo de consolidação do Sistema Único de Saúde (SUS).

A CBSM é uma publicação interdisciplinar da Universidade Federal de Santa Catarina, através do Grupo de Pesquisas em Políticas de Saúde/Saúde Mental – GPPS, Departamento de Saúde Pública, Centro de Ciências da Saúde, em colaboração com a Associação Brasileira de Saúde Mental (Abrasme).

Mais informações pelo e-mail cbsm.abrasme@gmail.com.

 

 

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Pesquisa analisa relação entre discriminação e transtorno mental

23/09/2014 08:02

Pesquisa realizada no Departamento de Saúde Pública do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) associou experiências discriminatórias à manifestação de sofrimento psíquico, caracterizado pelo surgimento de transtornos mentais comuns, como depressão, ansiedade e estresse. A pesquisa foi realizada pelo professor João Luiz Dornelles Bastos, com a bolsista Pibic e estudante de Odontologia, Maria Vitória Cordeiro de Souza. Os pesquisadores analisaram dados obtidos a partir de entrevistas com estudantes da própria UFSC.

graficos1O total de 1.023 alunos do universo de 19.963 regularmente matriculados na Universidade no segundo semestre de 2011 responderam a um questionário, aplicado nos cursos de Ciências Contábeis; Direito; engenharias Elétrica, Mecânica, Química, e Sanitária e Ambiental; História; Medicina; Odontologia; Pedagogia; Psicologia e Sistemas de Informação. As perguntas abordavam características socioeconômicas, demográficas, experiências discriminatórias dentro e fora da UFSC e informações específicas a cada curso. Para analisar o sofrimento psíquico, 12 questões abordavam indícios de transtornos mentais comuns nas duas semanas anteriores à pesquisa. Já para avaliar as experiências discriminatórias, eram apresentadas 18 perguntas sobre possíveis ocorrências de tratamento diferencial ao longo da vida do estudante, incluindo frequência, motivação e grau de incômodo dessas ocorrências, e se o aluno havia se sentido discriminado em tais situações.
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Pesquisa de avaliação em saúde seleciona candidatos a entrevistadores

01/10/2013 15:47

O Núcleo de Extensão e Pesquisa em Avaliação em Saúde (NEPAS) do Departamento de Saúde Pública da Universidade Federal de Santa Catarina publicou na segunda-feira, 30 de setembro, o edital para seleção de entrevistadores e supervisores para a Pesquisa de Monitoramento e da Avaliação do Acesso e da Qualidade da Atenção Básica Ciclo II (PMAQ).

A pesquisa envolve viagens por todo o estado de Santa Catarina, com o objetivo de avaliar Unidades Básicas de Saúde. Esta etapa do projeto de pesquisa de campo terá duração de até dois meses.

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