Pediatra do HU-UFSC explica a importância do Estatuto da Criança e do Adolescente

Profissional orienta paciente sobre tempo de tela, uma atividade que faz parte das ações da equipe de Pediatria do HU. Foto: Ricardo Torres.
Nessa terça-feira, 13 de julho, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) completou 31 anos. O documento, criado em 1980, estabeleceu um conjunto de normas que coloca a criança e o adolescente com até 18 anos incompletos como cidadãos brasileiros, sujeitos de direito com proteção e garantia específicas. E um dos direitos básicos destes cidadãos é o acesso prioritário à saúde, entendida de forma ampla.
Nesse contexto, o pediatra e chefe da Unidade de Cuidado da Criança e do Adolescente do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC/Ebserh), Fábio Schneider, ressalta que o profissional de saúde deve estar ciente desses direitos e saber que a criança precisa ser tratada em suas especificidades.
“Tratar com respeito, carinho, paciência e, quando possível, orientar a criança sobre os procedimentos, exames e tratamentos aos quais ela será submetida, lembrando, obviamente que se trata de criança e adolescente e que a forma de abordagem é diferente daquela usada com o adulto. Muitas vezes utiliza-se desenhos, músicas ou personagens para desmitificar situações e deixar a criança mais calma”, disse o especialista.
Segundo ele, durante as internações, é importante estimular caminhadas e exercícios físicos adequados ao ambiente. O HU possui uma brinquedoteca, onde há livros, que estimulam a leitura, além jogos educativos e jogos em tela. A equipe, junto com os responsáveis, aproveita a oportunidade para orientar sobre o tempo de tela do paciente, ou seja, o tempo que gasta diante de celulares e tablets. “É um tema bastante atual, uma vez que há limites diários de tempo de uso e podemos educá-los a respeito”, disse.
Saúde é entendida de forma amploa
Schneider afirma que o HU conta com um serviço multiprofissional, com reuniões semanais para discutis a vida do paciente, não somente sua doença. “Obviamente, damos ênfase ao motivo de internação (doença), porém entendemos que é um momento para pensar saúde como um todo, o bem-estar físico, mental, social, nutricional. Para isso tomamos decisões em equipe, que envolvem além da medicina e enfermagem, a psicologia, fonoaudiologia, fisioterapia, serviço social, terapia ocupacional, nutrição, pedagogia, entre outros”, afirmou.
De acordo com o médico, os resultados da humanização são os melhores possíveis. “Vai desde o entendimento da doença em si possibilitando o esclarecimento de pacientes e familiares, envolvendo-os no tratamento. Isso resulta em maior adesão e melhores resultados”, explicou.
Para garantir o atendimento humanizado e multidisciplinar, o HU possui três setores destinados à criança e ao adolescente. Na enfermaria, onde existem 15 leitos, há uma equipe multiprofissional, com pediatria, psiquiatria, enfermagem, psicologia, fonoaudiologia, serviço social, terapia ocupacional, nutrição, pedagogia, fisioterapia, residentes, estudantes, técnicos administrativos e de higienização.
A emergência hoje funciona em um ambiente organizado com dois consultórios e três observações, sendo que será inaugurada este ano uma nova área com três consultórios e cinco leitos de observação com sistema de classificação de risco que iniciará como teste e com a elaboração de protocolos de atendimentos de urgência e capacitação de profissionais, residentes e estudantes para o atendimento rápido do paciente grave e sua estabilização.
A terceira área é o ambulatório, que conta com pediatria geral com foco em puericultura, que é a base da prevenção e diagnóstico precoce na pediatria, diversas especialidades médicas, como pneumologia, endocrinologia, neurologia, nutrologia, dermatologia, cardiologia, entre outros.
Unidade de Comunicação Social – Hospital Universitário (HU-UFSC)
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