Plataforma desenvolvida na UFSC capacita a distância profissionais e estudantes do Brasil e do exterior
A redução do número de pessoas que têm HIV sem saber, a conscientização sobre o uso da camisinha e o tratamento precoce são alguns dos desafios que o Brasil tem pela frente para atingir a meta da Organização Mundial de Saúde (OMS) de acabar com a epidemia da Aids até 2030. E a plataforma Telelab, desenvolvida pelo Departamento de Análises Clínicas (ACL) do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), faz parte dessa estratégia.
“As diretrizes adotadas pelo Departamento de Doenças de Condições Crônicas e Infecções Sexualmente Transmissíveis (DCCI) da Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) para atingir as metas do Ministério da Saúde e da OMS estão ancoradas numa política de educação permanente e desafiadora”, comenta a professora Lucy Maria Bez Birolo Parucker, coordenadora do projeto. “Utilizando o Telelab como ferramenta de ensino a distância, o ministério vem capacitando diversos profissionais da área da saúde nos mais remotos locais do Brasil e mesmo no exterior”, acrescenta.
O Telelab como sistema de educação começou em 1997 já na forma de projeto vinculado à UFSC e com o gerenciamento da Fapeu, sendo coordenado inicialmente pela professora Maria Luiza Bazzo e, posteriormente, pelo professor Luiz Alberto Peregrino Ferreira. A partir de 2008, outros dois projetos foram desenvolvidos nessa parceria, e a fase atual representa o terceiro nesse modelo, destinado principalmente à criação, manutenção e atualização da plataforma na internet.
Os resultados apresentados pelo Telelab desde o início de sua parceria com a UFSC mostram que este programa de extensão universitária vem ultrapassando todas as metas idealizadas. Desde sua introdução na rede mundial de computadores, em outubro de 2012, o número de acessos ao portal foi superior a 45 milhões com a presença de mais de 1 milhão de usuários e realizada a certificação de mais de 400 mil alunos nos cursos massivos on-line (MOOCs), principalmente profissionais e estudantes de graduação na área da saúde. O portal pode ser acessado em https://telelab.aids.gov.br/
Dentre os usuários cadastrados na plataforma, destacam-se profissionais da saúde, estudantes e professores. A análise da escolaridade indica que o maior número de inscritos possui nível superior, porém esse nível varia desde ensino fundamental até pós-graduação. Os acessos realizados foram a partir de desktop em 66,70% das sessões, em 31,83 % de smartphones e 1,47% de tablets. Nos últimos tempos, no entanto, observou-se uma nova tendência, com mais de 50% dos novos usuários realizando as conexões por meio de smartphones.
Ao considerar-se o período de abrangência mundial das sessões, observa-se que a maioria é no Brasil (cerca de 98%) e as demais distribuídas por vários países, como Estados Unidos, Moçambique, Angola, Portugal, Reino Unido, Bolívia, Índia, Paraguai e Holanda, entre outros. Embora o conteúdo disponibilizado seja apenas em Língua Portuguesa, o Telelab chegou a mais de 100 países, segundo os dados de acesso.
“A disponibilização e a manutenção do Telelab, assegurada com esse projeto, suprem as necessidades de capacitação em todo o território nacional e a sua constante adequação dos conteúdos assegura a educação continuada com baixo custo, além de tornar viável a implantação de políticas públicas de saúde de combate a epidemias, como a da Aids, e possibilitar a formação visando à prevenção de ISTs/Aids e hepatites virais numa esfera global”, destaca a coordenadora.
*Esta reportagem integra a 12ª edição da Revista da Fapeu, que pode ser acessada na íntegra em https://is.gd/I37SH3/Fapeu