Projetos do MArquE recebem financiamento para análise e conservação de acervo arqueológico

05/02/2020 10:54

Dois projetos do Museu de Arqueologia e Etnologia (MArquE) da UFSC foram aprovados no Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, da Fundação Catarinense de Cultura (FCC): “Fortalezas para além das muralhas: dos fragmentos aos monumentos” e “Climatização da Reserva Técnica III do MArquE: Coleção Osteológica Humana”. O aceite ocorreu no final de 2019 e os trabalhos começam a ser colocados em prática agora.

O projeto “Fortalezas para além das muralhas: dos fragmentos aos monumentos” é coordenado pelo arqueólogo do MArquE Bruno Labrador Rodrigues da Silva e conta com o apoio da FAPEU. O é analisar o material arqueológico proveniente das Fortalezas de São José da Ponta Grossa, Santa Cruz de Anhatomirim e de Nossa Senhora da Conceição de Araçatuba. A análise consistirá na identificação e estabelecimento de origem e data de produção de peças e fragmentos, e, a partir disto, será produzido um catálogo digital a ser disponibilizado para consulta gratuita de pesquisadores e público em geral.

Será desenvolvido pela consultora Ana Cristina Sampaio, arqueóloga e mestre em Museologia e Patrimônio Cultural, especialista em análise de coleções de cerâmicas históricas. Participa ainda a técnica em laboratório do MArquE, Ana Letícia Trivia.

As Fortalezas da Ilha de Santa Catarina e região são ícones da história catarinense e constituem uma série de edifícios tombados que compunham um sistema militar defensivo único no Brasil. Ao lado do valor arquitetônico e paisagístico, o projeto visa acrescentar a perspectiva da arqueologia para a compreensão do cotidiano e dinâmica dos personagens que ocuparam as Fortalezas, em diferentes temporalidades. As Fortalezas são sítios arqueológicos, cadastrados no Centro Nacional de Arqueologia (CNA/Brasília) e, sendo assim, qualquer alteração nelas e em seus arredores, incluindo obras de restauro, demandam, obrigatoriamente, pesquisas arqueológicas.

Coleção

A “Climatização da Reserva Técnica III do MArquE: Coleção Osteológica Humana” também foi contemplada pelo Edital Elisabete Anderle de Estímulo à Cultura, Fundação Catarinense de Cultura. Com coordenação da arqueóloga do MArquE Luciane Zanenga Scherer, conta com a participação da conservadora/restauradora do MArquE, Vanilde Rohling Ghizoni.

O objetivo é a implantação do Sistema REAQUIS e do Sistema Climus, que controlam e monitoram as condições do ambiente de guarda, isto é, a temperatura e a umidade relativa. Estes sistemas foram especialmente desenvolvidos para serem utilizados em ambientes de guarda de acervos, museus e exposições, criados e disponibilizados pelo professor Saulo Guths do Departamento de Engenharia Mecânica da UFSC, que também participa do projeto.

O acervo é proveniente de pesquisas arqueológicas, somando mais de 300 esqueletos oriundos de sítios pré-coloniais e históricos localizados no território catarinense. O acervo é pesquisado por alunos de graduação e pós-graduação, somando-se a isto algumas parcerias firmadas entre o MArquE e outras instituições e laboratórios nacionais e estrangeiros, incluindo pesquisas de DNA humano antigo e análises isotópicas.

Desta forma, muitos dados são gerados em cima desta coleção, agregando informações importantes para o entendimento de grupos humanos passados, seu estilo de vida e suas transformações ao longo dos tempos, incluindo os processos de saúde e doença destas populações.

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