Exposição ‘Abandono IV’, de Milton Muniz, é inaugurada na terça, 28
A exposição fotográfica “Abandono IV”, do fotógrafo e professor aposentado da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Milton Muniz, será aberta na próxima terça-feira, dia 28 de agosto, às 18h30, no Hall da Reitoria. A mostra estará exposta até o dia 13 de setembro, é gratuita e pode ser visitada de segunda a sexta-feira, das 7 às 19 horas. A exposição contém cerca de 50 fotografias que registram fachadas de edificações do centro de Florianópolis. Milton estará presente na abertura.
O conjunto de fotografias gerou quatro exposições “Abandono”, que foram ou estão sendo mostradas na cidade, três delas na UFSC. Embora a maioria das construções ainda esteja em uso, o termo abandono também é utilizado para chamar a atenção para o estado de conservação da edificação. As fotos, de propósito, não têm legenda de identificação, apenas a indicação do endereço, para provocar uma visita do publico às ruas da cidade num exercício de olhar com atenção para as fachadas das edificações históricas da cidade, comenta o professor Muniz. Algumas das casas fotografadas podem já ter sido demolidas.
Esta exposição no Hall da Reitoria tem o apoio do Departamento Artístico Cultural (DAC), da Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte) da UFSC.
Exposição “Abandono”
O ciclo de exposições “Abandono” iniciou-se em junho deste ano, na Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina (ALESC), com a montagem de “Abandono I”, e agora percorre o campus da UFSC. Até o dia 30 de agosto, “Abandono II” pode ser vista no Espaço Expositivo do Centro de Cultura e Eventos, de segunda a sexta-feira, das 8h às 20h. “Abandono III”, no Museu de Arqueologia e Etnologia da UFSC (MArquE), visitação de 28 de agosto a 28 de setembro, de terça a sexta-feira, das 7h30 às 18h30, e no primeiro sábado do mês, das 13 às 17 horas.
Sobre Milton Muniz
Nasceu em 1939, na fazenda Pouso Alto, Distrito Patrimônio de São Jerônimo, município de Ituiutaba, hoje, Gurinhatã (MG). Em 1971 concluiu o Cursou de História Natural na Universidade Católica de Goiás e mestrado, em 1978, no Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná. Em 1977, ingressou na Universidade Federal de Santa Catarina como professor de Genética no Departamento de Biologia. Concluiu Doutorado em Engenharia de Produção na UFSC, em 2006, e se aposentou em julho de 2009. De 1988 a 2016, participou ativamente do Movimento Docente (APUFSC-Sindical). Sua última atividade foi como representante do Sindicato junto ao Foro Estadual de Educação de Santa Catarina, encerrada em 2016.
Texto de Milton Muniz
Percorrendo as ruas de Florianópolis, observando a fachada do seu casario verifica-se uma sobreposição de estilos, de tempo, de poder econômico representando variáveis culturais. Não é fácil analisar essas variáveis pela simples observação: é necessário isolar cada fachada do seu entorno, avaliando valores intrínseco e extrínseco, histórico, estético e de relevância cultural. Em algumas ruas, essas casas formam conjuntos contínuos de fácil observação e caracterização, em outras, elas são unidades circundadas por prédios modernos que torna imperceptível sua presença pela imposição do porte e do desenho.
Verifica-se em vários autores que há uma preocupação constante nessa aparente contradição em relação a onde morar, trabalhar, espairecer tendo uma vida digna, confortável, prazerosa seja em uma casa, apartamento, oficina ou escritório.
A preocupação é dar minha despretensiosa contribuição à discussão como preservar, conservar ou demolir o casario antigo, histórico ou não, dando significado a sua existência, se houver. A casa é transformada de residência em local comercial, de serviço ou industrial, quando não, abandonada. Quando a casa deixa de ser uma residência, para o qual foi projetada e construída, assumindo uma outra função, pode estar preservada sua existência, ou encaminhada a demolição, dando lugar a outra construção, Abandonada, sua existência torna incerta.
Percorrendo as ruas de Florianópolis, a pé, verifiquei que existia o abandono das edificações. Encontrando uma pessoa amiga, fantasiado de fotógrafo narrei-lhe meu objetivo, fotografar fachadas de edificações. Ela me informou da casa do Ton Wildi, na Rua Presidente Coutinho, estava para ser demolida. Eu já conhecia o acervo que a família dele doou ao Museu Universitário da UFSC. Através de informação com a vizinhança, identifiquei o local. O terreno estava cercado, indicando que ali seria feita uma construção, com alguém que explorava um estacionamento ali instalado, entrei e fotografei a residência abandonada. Em uma placa que encontrei no TAC, verifiquei que o Ton Wildi era do ramo da construção civil. A ideia tomou corpo de um projeto. Levantei uma pequena bibliografia e fui a campo, fotografando o Centro Histórico de Florianópolis.
Serviço
O quê: Exposição Fotográfica “Abandono IV”, fotos de fachadas de edificações de Florianópolis, de autoria de Milton Muniz, professor aposentado da UFSC
Onde: Hall da Reitoria da UFSC, Trindade, Campus da UFSC Florianópolis (SC)
Quando: do dia 28 de agosto, terça-feira, às 18h30min, ao dia 13 de setembro
Quanto: Gratuito e aberto à comunidade
Contato: Departamento Artístico Cultural (DAC) da UFSC: (48) 3721-7233 e 3721-3853, ou www.dac.ufsc.br / Fotógrafo Milton Muniz: miltonmuniz2008@gmail.com
[CW] DAC/SeCArte/UFSC, com textos e fotos de Milton Muniz