Arquiteto da UFSC é homenageado pelo trabalho de 27 anos com as fortalezas geridas pela UFSC

24/08/2016 11:15

Roberto Tonera, arquiteto da UFSC, será homenageado nesta quinta-feira, 25 de agosto (“Dia do Soldado”), às 10h, no 63º Batalhão da Infantaria. O Exército lhe entregará a “Medalha do Pacificador” pelo trabalho que realiza na conservação e restauração das fortalezas gerenciadas pela UFSC – Santa Cruz de Anhatomirim, São José da Ponta Grossa e Santo Antônio de Ratones.

Tonera

Roberto Tonera, arquiteto. Foto: SeCArte

Tonera, que atua na Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina, vinculada à Secretaria de Cultura e Arte (SeCArte), atribui a comenda ao trabalho permanente que há quase três décadas realiza com o patrimônio fortificado no Brasil e internacionalmente. “Dos meus 31 anos de arquiteto, 27 vêm sendo dedicados ininterruptamente à pesquisa, difusão e valorização dessas fortificações, com ênfase nas que são geridas pela UFSC. Como esses monumentos, além de Patrimônio Histórico Nacional, são também parte importante da história e da memória das instituições militares, penso que a “Medalha do Pacificador” representa o reconhecimento do Exército Brasileiro à nossa dedicação, a qual, por sua vez, está intimamente associada à ação pioneira que a UFSC vem desempenhando ao longo dos últimos 37 anos em prol da preservação das fortalezas catarinenses”, diz.

Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina

Muitos confundem com um projeto de extensão da UFSC. Mas o trabalho realizado há 37 anos é como o passar do tempo o mostra, duradouro. E possui outra característica muito importante e pouco difundida, pioneiro. A UFSC é a única universidade do Brasil a gerenciar, guardar, manter e conservar um patrimônio fortificado. Seu ineditismo nesta área se deve ao peso histórico desses monumentos para a sociedade catarinense e para o Brasil, e o grande potencial a ser explorado nas áreas de atuação da instituição – Ensino, Pesquisa e Extensão.

As fortalezas – Santa Cruz de Anhatomirim, São José da Ponta Grossa e Santo Antônio de Ratones – da época da Vila de Nossa Senhora do Desterro, século XVIII, foram as primeiras construções e as principais para a defesa da Baía Norte da Ilha de Santa Catarina, idealizado pelo brigadeiro José da Silva Paes, em 1739, a mando da coroa portuguesa.

Para contar uma parte desta história, é preciso retornar à gestão do reitor Caspar Erich Stemmer (1976-1980). Após um longo processo de convencimento, a UFSC aceitou o desafio e adotou as fortalezas a partir de 1979. Mesmo com todas as dificuldades encontradas – falta de recursos, de energia elétrica, de comunicação e a distância -, começava os trabalhos de restauração da maior de todas, a da Ilha de Anhatomirim. É importante ressaltar o trabalho voluntário da sociedade catarinense, que ajudou a tornar possível esta missão.

Após um período de abandono e ruínas, as fortalezas foram restauradas nos anos 80 e 90, por meio de parceria da UFSC com Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e de convênios com a Marinha e o Exército brasileiros. O objetivo era que a Universidade pudesse utilizar esses espaços para pesquisa histórica, e também oceanográfica.

A participação da UFSC na preservação das fortalezas se intensificou com o “Projeto Fortalezas da ilha de Santa Catarina – 250 anos na história brasileira”, entre 1988 e 1992. Além de concluir a restauração de Anhatomirim, permitiu a conclusão de Ratones e a de Ponta Grossa. Esse projeto produziu vários materiais de divulgação – vídeos, folders, álbuns fotográficos, maquetes, exposições e livros – com o intuito de atrair a comunidade local e turistas para as fortalezas restauradas. Esse trabalho continua sendo feito diariamente e ininterruptamente, pela Coordenadoria das Fortalezas da Ilha de Santa Catarina.

Monumentos Início da gestão da UFSC Aberta à visitação
Santa Cruz de Anhatomirim 1979 1984
Santo Antônio de Ratones 1991 1992
São José da Ponta Grossa 1992 1992

A gestão das fortalezas permitiu a criação de um aparato turístico para a Grande Florianópolis, gerando emprego e renda para a comunidade litorânea. As três fortalezas recebem anualmente mais de 140 mil visitantes do Brasil e do exterior. Estão abertas à visitação pública para atividades de turismo, educação, cultura e lazer. Os espaços também estão disponíveis para eventos culturais e artísticos, casamentos, lançamento de produtos, ensaios fotográficos, entre outros serviços de curta duração.

Visitação

A Fortaleza de São José da Ponta Grossa fica localizada na Praia do Forte, norte da ilha, e pode ser acessada por via terrestre. Já a Fortaleza de  Anhatomirim e a de Ratones ficam localizadas, respectivamente, nas ilhas de Anhatomirim e Ratones Grande, na baía Norte da ilha. A UFSC não é responsável pelo traslado a essas ilhas, serviço prestado pelas empresas de transporte náutico.

Para ingresso nas fortalezas, abertas ao público ininterruptamente durante todo o ano, é cobrada uma taxa de visitação, utilizada na manutenção dos monumentos e na estrutura de apoio ao visitante. Escolas públicas podem solicitar previamente a isenção da taxa.

Patrimônio da Humanidade

As três fortalezas foram declaradas Patrimônio Histórico Nacional em 1938 e são candidatas a se tornarem Patrimônio da Humanidade. Já foram indicadas em uma lista com 19 fortificações brasileiras pelo Iphan, para análise da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).

Base de dados internacional

Sobre as fortificações do Brasil e de outros países, acesse fortalezas.org, base de dados internacional, também desenvolvida e gerenciada pela UFSC.

Confira as fotos

(Acervo da Agecom e da SeCArte/UFSC)

 

Mais informações sobre a Coordenadoria:

http://www.fortalezas.ufsc.br / (48) 3721-8302 / fortalezas@contato.ufsc.br

Roberto Tonera: roberto.tonera@ufsc.br / (48) 3721-5118

 

Rosiani Bion de Almeida/Agecom/UFSC

Tags: Fortalezas da UFSCRoberto ToneraSecultUFSC