Roberto Cidral, da UFSC, representa Brasil na final do mundial de aviões de papel

10/04/2015 12:10
Roberto Cidral  prepara o lançamento vencedor na etapa nacional, em Brasília

Roberto Cidral prepara o lançamento vencedor na etapa nacional, em Brasília. Foto: Red Bull/Divulgação

“Toda criança brinca de aviãozinho de papel, comigo não foi diferente”, lembra Roberto Duarte Cidral, campeão nacional na categoria Distância do campeonato mundial Red Bull Paper Wings. O estudante de Filosofia na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) se classificou no último dia 7 para a etapa final, que será realizada nos dias 8 e 9 de maio, em Salzburgo, na Áustria.

Roberto nasceu em Engenheiro Beltrão (PR) e mora em Florianópolis há 20 anos. Casado e com dois filhos pequenos, que sempre circulam pelo campus da UFSC, o piloto amador de aviões de papel, formado em Teologia pela Uniasselvi, comenta que seu interesse pela segunda graduação, Filosofia, surgiu por conta de uma grande curiosidade. “Gosto de pensar e questionar, e queria um curso que me proporcionasse essa reflexão”, esclarece. Roberto acrescenta que a Filosofia questiona a fé – sua área de formação – e portanto funciona como mediadora entre esta e a razão. Competir com aviões de papel é algo recente na vida de Roberto, que assegura nunca ter tido fixação em aviões nem em nada do tipo. O teólogo afirma que “brincava muito de aviãozinho de papel quando era criança” e fazia aviões que plainavam no ar. A ideia de participar do campeonato da Red Bull surgiu de uma vontade de seu filho mais velho, de cinco anos, com quem, em 2012, Roberto foi assistir à primeira edição do Red Bull Paper Wings,  realizada na UFSC.  “Quando eu vi a competição, tive certeza de que se participasse eu seria o campeão.” Roberto foi com os filhos a outra competição, essa em 2014, organizada pelos alunos da UFSC de Joinville e participou: ficou em segundo lugar e recebeu uma medalha. O campeão ganhou troféu, e o filho mais velho de Roberto reclamou apontando para o vencedor: “Você não ganhou, só ele que tem um troféu”. Nesse momento surgiu sua ambição pela vitória e Roberto decidiu que ganharia um troféu para o filho.

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Etapa estadual na UFSC. Foto: Tamiris Moraes/Estagiária de Fotografia/Agecom/UFSC

O campeonato com etapa estadual na UFSC foi a oportunidade de que ele precisava. No momento em que se inscreveu, já estava certo de que ganharia: “Eu entrei pra ganhar, poderia vir quem fosse que eu ia bater. Só fiquei surpreso por ganhar do último campeão brasileiro porque não esperava que ele estivesse lá”, declara.

Mas não foi dessa vez que veio o tão esperado troféu, e ele esperou a etapa nacional. Roberto conta que seguiu com o mesmo modelo de aviãozinho com que venceu na UFSC para a etapa seguinte. “Foram três horas de treino e de muita tensão. O pessoal era muito competitivo e acabei ficando com fortes dores no corpo, pois é preciso muita força para lançar o aviãozinho”.

O estudante de Filosofia garante que, assim que se recuperar, deve voltar a treinar. Ele usa um ginásio coberto da UFSC, que tem teto alto e por isso permite lançamentos distantes, porém, para a etapa final avalia que pode não ser suficiente: “Os competidores no mundial arremessam seus aviões a mais de 40 metros de distância; os ginásios da UFSC, entretanto, não chegam a esse comprimento”.

Em Brasília, no dia 7 de abril, após toda a expectativa, Roberto foi novamente o campeão em sua categoria, mas ainda não ganhou o sonhado troféu: os prêmios foram banners com o registro escrito da vitória e a passagem e hospedagem para a final na Áustria. “Meus filhos ficaram muito felizes na hora da premiação, mas ainda preciso conquistar o troféu na Áustria para eles”, determina-se Roberto.

O paranaense ainda não conhece a Europa, mas não se mostra tão ansioso. “Minha expectativa maior é ganhar a competição, e não conhecer a Áustria. Gostaria de viajar para a Alemanha, berço da Filosofia, se tiver um tempo”.  A esposa de Roberto fala inglês e alemão, e vai ajudá-lo com as traduções. “Vou essa semana à agência de turismo ver como posso fazer um pacote para levar meus dois meninos junto. Eles não podem ficar fora dessa, porque estou fazendo isso para eles”, garante.

Gisele Flôres/Estagiária de Jornalismo Agecom/DGC/UFSC

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