Documentário de Zeca Pires homenageia artista plástico Zumblick nesta quinta

25/09/2013 12:26

Artista plástico catarinense Willy Alfredo Zumblick faria 100 anos no próximo dia 26

O artista plástico catarinense Willy Alfredo Zumblick (1913-2008) faria 100 anos no próximo dia 26, se vivo estivesse. Um dos raros eventos realizado para homenagear o centenário do pintor tubaronense é o documentário “Zumblick na eternidade”, dirigido por Zeca Nunes Pires, antigo funcionário do Departamento Artístico Cultural da UFSC, e produzido pela TV UFSC. O documentário será exibido no dia 26 de setembro (quinta-feira) em dose dupla: na sessão solene em homenagem a Willy Zumblick em Tubarão, organizada pela Assembleia Legislativa do Estado de Santa Catarina e na programação da TV UFSC (canal 63.1 TV aberta e 15 da NET), ambos no horário das 19 horas.

Zeca Pires destaca que “Zumblick sonhou ser caminhoneiro, foi ourives, artista plástico dos melhores e um grande ser humano, sempre ao lado de sua esposa Célia. Além disso, é um dos raros artistas que possui um museu para abrigar suas obras, um museu com problemas, é bem verdade”. Isso é o que o documentário tenta abordar e transmitir, com ênfase para os quadros de Zumblick, pelos quais o diretor tem admiração.

Com pesquisa da professora Lélia Pereira da Silva Nunes, que escreveu dois livros sobre Zumblick, Zeca contou com a colaboração de dois estagiários do Curso de Cinema da UFSC. Andersson Brito e Jefferson Moreira foram câmeras, editores e também capricharam na finalização do documentário.

“Zumblick na eternidade” conta com uma entrevista realizada por Zeca Pires em 2002 com o artista e sua esposa Célia. O documentário também é narrado por amigos de Zumblick (Jurema Fischer, Maria Celeste Neves, Esperidião Amin e outros), por críticos e artistas (Janga Neves, Carlos Asp e Arlinda Volpato), por jornalistas (Moacir Pereira, Sérgio da Costa Ramos e Guto Kuerten), além de outros depoimentos.

Temática variada é uma das características do artista

O que Zeca Pires mais admira nos quadros do Zumblick é a luz. “Normalmente quando discutimos com o diretor de fotografia a estética das imagens de um filme, costumamos comparar a fotografia do filme a ser realizado com a obra de um artista plástico, para que os dois, diretor e fotógrafo, falem a mesma língua. Paradoxalmente, o diretor de fotografia parte de uma tela escura e pinta o filme com luz, o artista plástico por sua vez inicia com uma tela branca e pinta o quadro com cor, chegando ao final a uma aproximação do cinema com as artes plásticas. O que mais me impressiona na obra do Zumblick é essa luz cinematográfica que ele consegue na maioria dos seus quadros”, explica.

Já para o cronista Sérgio da Costa Ramos, “Zumblick é dono de uma extensa obra plástica e pictórica de imenso valor cultural e popular. Com uma temática variada e abrangente – em que foi historiador, retratista, folclorista e tradicionalista -, espalhou pelo Estado e pelo país  o seu traço iridescente e seu olho rútilo de testemunha ocular da história. São dele os quadros mais expressivos da grande saga do “Contestado”, os “testemunhos” da epopeia de Giuseppe e Anita Garibaldi e o grande mosaico de uma obra variada, que incluía os “flagrantes” da cultura popular, como as Bandeiras do Divino, o Boi-de-Mamão, o Pau de Fita, as rendeiras, os imigrantes e seus hábitos – os monges, as ciganas, as paisagens, as caricaturas”.

O documentário foi exibido na sexta-feira (13/09) no auditório da Reitoria, dentro da programação do evento “Quem faz cem anos ou +”, e na segunda-feira (16/09) no auditório do Tribunal de Contas, na homenagem ao artista organizada pelo Conselho Estadual de Educação.

Bruna Andrade /Acadêmica de Jornalismo, Estagiária no DAC: SECULT /UFSC

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