Projeto prevê abertura de graduação em Medicina no Campus Araranguá

20/06/2013 14:34

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) foi incluída no Programa Mais Médicos/Plano de Expansão do Ensino Médico Fase II, elaborado pelo Ministério da Educação (MEC), que será apresentado para avaliação da presidenta Dilma Rousseff e do Ministério do Planejamento e Gestão. O programa prevê investimentos financeiros e de recursos humanos, além de um novo curso de Medicina em Araranguá para 2016.

A proposta foi levada à reitora Roselane Neckel pelo secretário de Ensino Superior Paulo Speller, após avaliação das demandas de saúde pública no estado e das condições de implementação da Universidade. O plano prevê 60 vagas de estudantes para o campus de Araranguá, sendo 30 com ingresso em 2016 e 30 em 2017. Estão previstas, ainda, a contratação de 60 docentes e 30 técnico-administrativos em Educação e a aplicação de recursos orçamentários em salas de professores, no Restaurante Universitário, na Biblioteca, na Moradia Estudantil, no Biotério Central e em outras reformas estruturais naquele campus.

“O curso de Medicina será o quinto do campus de Araranguá e é uma solicitação antiga da comunidade de toda a região”, esclarece a reitora Roselane Neckel. “Será um projeto elaborado com o programa Estratégia Saúde da Família (ESF) em mente e baseado no atendimento regionalizado, no Hospital Regional da cidade e na Unidade de Pronto Atendimento (UPA)”, complementa. “Acreditamos que essa nova formação irá atender às necessidades de toda a região de Araranguá. São quinze municípios atingidos em uma área com um dos Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) mais baixos do estado”, acrescenta a reitora.

Segundo o diretor-geral do campus de Araranguá, Paulo César Leite Esteves, o novo curso é uma grande demanda da comunidade. “Quando nasceu este campus, em agosto de 2009, nasceu a luta para trazer o curso de Medicina para cá. Foram anos de trabalho junto ao MEC, às lideranças políticas, à sociedade civil organizada. A cidade está comemorando muito essa notícia. Houve carreata e ampla cobertura da imprensa local, o que criou um momento muito importante para a UFSC no Sul do estado. Precisamos dessa visibilidade para alavancar outros cursos e continuar evoluindo na região”, entusiasma-se o professor.

O campus de Araranguá conta hoje com quase mil estudantes e tem parte de sua estrutura funcionando no campus da Unisul. A compra desse espaço pela UFSC poderá facilitar a implementação do curso em um prazo mais curto. “Queremos muito que isso aconteça antes de 2016, pois o campus da Unisul já possui boa infraestrutura para o curso de Medicina, visto que lá já funcionaram cursos da área da saúde. Há vários laboratórios já estruturados”, explica o diretor Esteves. Ele explica que a população que hoje utiliza o Hospital Regional e a UPA vem dos municípios do extremo sul catarinense e norte e nordeste do Rio Grande do Sul. “Nosso hospital tem boa estrutura física, mas precisa de investimentos em recursos humanos e equipamentos. Já a UPA, que é nova, atende cerca de 4 mil pessoas por mês, 11% delas de fora da cidade”, acrescenta.

Ampliação prevista também para o Campus em Florianópolis

Além de beneficiar o campus em Araranguá, o projeto agrega investimentos para o Campus Reitor João Davi Ferreira Lima, em Florianópolis, que ainda estariam em discussão e que podem envolver 60 novas vagas para o curso de Medicina, a partir de 2016, além da contratação de 40 docentes e 30 técnico-administrativos em Educação.

O curso de Medicina da UFSC é o mais concorrido do campus em Florianópolis. São 100 vagas disponíveis, sendo 70 para concorrência geral e 30 reservadas para ações afirmativas. No vestibular do último ano, mais de 7,2 mil candidatos concorreram a essas 70 vagas – uma concorrência de 103,1 alunos por vaga. A concorrência para as 30 vagas reservadas ficou dividida em 50,2 alunos egressos de escolas públicas e 12,2 para alunos que se autodeclaram negros ou afrodescendentes.

A ampliação no número de vagas do curso de Medicina para o campus em Florianópolis foi recebida com cautela pelo diretor do Centro de Ciências da Saúde, Sérgio Freitas, que acredita ser preciso analisar algumas questões importantes antes que a ampliação ocorra. “Precisamos avaliar a real capacidade de atender a mais sessenta alunos por ano. A estrutura do Hospital Universitário já não é suficiente para o número atual de estudantes. Nossa estimativa é que hoje cada aluno de primeiro ano atenda 2,5 leitos no HU, que hoje possui 250 leitos. Seria necessário aumentar a capacidade para quatrocentos leitos para que a demanda de mais alunos fosse atendida”.

Freitas alerta, ainda, que a rede pública de saúde da Prefeitura Municipal também está saturada quanto ao número de alunos que pode receber. “Já temos um grande número de alunos na rede municipal de atenção básica. O ideal seria ampliar o HU, seu espaço físico, o número de médicos, professores e técnico-administrativos. Acredito que as contratações que o projeto prevê preencheriam um pouco essas lacunas”, explica o diretor.

A reitora Roselane Neckel explica que as questões decorrentes da aprovação do projeto pela presidente da República serão discutidas com a comunidade universitária. “Há uma evidente demanda por mais vagas para cursos de Medicina em Santa Catarina, assim como de mais médicos também. Precisamos buscar atender a essas demandas com critério e responsabilidade”, destaca.

Mayra R. S. Cajueiro Warren/Assessoria de Imprensa do Gabinete da Reitoria/UFSC

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