UFSC propõe melhorias tecnológicas e novos produtos para cadeia produtiva do mexilhão

06/03/2013 08:59

Estudos têm a colaboração de profissionais em formação no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos – foto Claudia Reis

Agregar valor aos mexilhões produzidos em Santa Catarina e proporcionar aos produtores novas alternativas de comercialização. Estas são metas de pesquisas desenvolvidas no Departamento de Engenharia Química e Engenharia de Alimentos da UFSC.

Um dos estudos pioneiros foi contemplado em edital Finep/Sebrae e executado via Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu), em parceria com a Associação Municipal de Aquicultura de Palhoça e as empresas Cavalo Marinho Criação e Beneficiamento de Frutos do Mar Ltda e Pratic Chef Cozinha Industrial Ltda.

O projeto avaliou processos de transformação e de conservação dos moluscos nas indústrias parceiras, mapeando ações que podem comprometer o produto. Foi controlada a qualidade dos mexilhões e da água usada no processamento, em detalhadas análises físico-químicas e microbiológicas. As fases de lavagem, desconchamento, embalagem e resfriamento foram acompanhadas.

“Uma das principais conquistas foi conhecer o trabalho dos produtores, o que nos mostrou etapas que reduzem a vida útil de prateleira do mexilhão”, explica o professor João Borges Laurindo, coodenador do projeto que tem a colaboração de profissionais em formação no Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Alimentos da UFSC.

A partir do acompanhamento das rotinas dos produtores, a equipe sugeriu ações de melhorias tecnológicas, com modificações em diferentes fases do processamento e no layout das empresas.

Também organizou cursos, com temas como boas práticas de fabricação, higienização dos manipuladores, de utensílios e de equipamentos, sobre seleção, acondicionamento e armazenamento dos produtos.

Mexilhões desidratados

Diferentes técnicas são pesquisadas para prolongar o tempo de prateleira dos mexilhões – foto Claudia Reis

Em laboratório foram montados equipamentos pilotos para testes de diferentes alternativas de processamento, com resultados significativos no prolongamento da vida útil dos mexilhões − alguns sendo estendidos para as ostras.

“O projeto Finep/Sebrae nos trouxe conhecimento que é básico na busca de novos produtos e gerou uma linha de pesquisa”, destaca o professor. Entre as frentes de estudos estão inovações como a liofilização dos mexilhões, uma técnica de desidratação do molusco. Os processos de desidratação e de esterilização são alternativas para o aproveitamento de mexilhões que se rompem na retirada das conchas. O objetivo é viabilizar a comercialização de mexilhões desidratados, que podem ser usados em sopas e caldos, pizzas e sanduíches.

Outras alternativas estudadas para prolongar o tempo de prateleira são tratamentos de mexilhões em solução de sal, um sistema de pasteurização em embalagens térmicas e a utilização de dióxido de carbono (CO2) sob alta pressão para inibir o crescimento de microorganismos nos moluscos. Para a equipe, os resultados mostram diversas possibilidades de aplicar tecnologias e gerar novos produtos a partir da maricultura.

“Santa Catarina é produtora de praticamente 90% dos mexilhões e ostras produzidas no país e é uma importante contribuição formar pessoal especializado no processamento de produtos da maricultura, uma massa crítica que vai trabalhar na área”, comemora o coordenador.

 

 

Saiba MaisIMPACTO TECNOLÓGICO
– Protótipo para cozimento e resfriamento de mexilhões sob vácuo- Protótipo para estudos de acondicionamento em atmosfera modificada e pré-solubilização de CO2- Sistema para pasteurização de mexilhões embalados (retort pouch)

– Produtos: mexilhões pasteurizados embalados / mexilhões liofilizados para produção de sopas e molhos

IMPACTO CIENTÍFICO

Dissertação de Mestrado

Avaliação das condições de processamento de mexilhões Perna perna pré-cozidos e resfriados
Autor: Marieli de Lima
Orientadora: Profa Alcilene R Monteiro Fritz

Dissertação de Mestrado em andamento

Influencia do uso de CO2 nas propriedades físicas, químicas e sensoriais de ostras
Autor: Lenilton Silva
Orientadora Profa Alcilene R Monteiro Fritz.

Teses de Doutorado

Estudo de alternativas para processamento de mexilhões (Perna perna)
Autor: Darlene Cavalheiro
Orientador: Prof João Borges Laurindo

Aplicação de CO2 a alta pressão e pressão hidrostática para redução da carga microbiana de ostras
Autor: Katherine Elena Oliveira de Mattos
Orientadora: Profa Alcilene R Monteiro Fritz

Teses de Doutorado em andamento

Estudo do Processo de Liofilização de mexilhão
Autor Giustino Tribuzi
Orientador Prof João Borges Laurindo

Solubilização de CO2 em mexilhão: estudo da solubilidade e absorção do gás no produto acondicionado em embalagens de alta e baixa barreira
Autor Marieli de Lima
Orientadora Profa Alcilene R Monteiro Fritz.

Mais informações: Professor João Borges Laurindo / joao@enq.ufsc.br / (48)  3721-6402

Material produzido para a Revista da Fapeu ∕  www.fapeu.br

Jornalista responsável: Arley Reis ∕  arleyreis@gmail.com

Fotos: Claudia Reis

Tags: fapeumexilhõesUFSC