UFSC não admite a culpa pelo caos do trânsito na Capital

14/03/2012 13:44

Membros do Conselho Universitário da UFSC (CUn) reagiram com indignação à cobertura dada por parte da imprensa à decisão da instituição de postergar a votação da cessão de 18 mil metros quadrados de área do campus da Trindade ao município para a duplicação da rua Deputado Antônio Edu Vieira, no bairro Pantanal.

Eles alegam que a Universidade não é responsável pelo caos do trânsito na cidade e que não tem, como afirmam alguns colunistas, a obrigação de ceder o terreno. No entanto, a instituição está disposta a fazer isso, desde que a prefeitura apresente um projeto que contemple os interesses dos moradores do entorno e seja respaldado por estudos de impacto ambiental e de vizinhança.

Outra observação dos conselheiros é que, ao contrário do que se diz, a UFSC não é a grande geradora do tráfego na região citada. Esta área da cidade cresceu muito de 2003 (quando começaram os estudos para a duplicação) para cá, com a implantação de um grande shopping center e a autorização para a construção de inúmeros prédios e empreendimentos comerciais, o que multiplicou o número de veículos em circulação ao redor da Universidade e nos bairros próximos.

Além disso, a prefeitura não melhorou a qualidade do transporte público e, em relação à duplicação da via citada, também não apresentou um projeto específico, atendendo à demanda crescente pelo uso do transporte coletivo. A única proposta diz respeito à implantação do sistema BRT (sigla para Bus Rapid Transit, trânsito rápido de ônibus), que ainda se encontra no nível de projeto.

Outro argumento é de que não há recursos assegurados para a execução da obra, o que leva a suspeitar que ela pode ser iniciada, mas dificilmente será concluída dentro do prazo previsto de 12 meses, causando transtornos ainda maiores que os atuais nas vias do entorno da Universidade.

Também é temerário acreditar que apenas a duplicação do trecho de um quilômetro entre o restaurante Dona Benta e a Eletrosul eliminará os engarrafamentos, porque há outros gargalos, como o da entrada no bairro Pantanal, na altura do Armazém Vieira, não contemplado no projeto da prefeitura.

Ao evitar que o tema fosse votado diante de tantos temores e incertezas, o reitor Alvaro Toubes Prata abriu a possibilidade de novas negociações com a prefeitura, removendo arestas e detalhando melhor o projetoem questão. A UFSC está disposta a ceder a área, a partir de elaboração de um novo parecer, no momento em que o projeto de duplicação contar com o aval técnico do Conselho Universitário e o apoio das comunidades vizinhas, em vista do impacto social e ambiental da obra.

O que a Universidade Federal de Santa Catarina deseja, sublinha a Administração Central, é de mais tempo para estudar o assunto e tomar uma decisão baseada no equilíbrio e no bom senso.

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