UFSC condiciona cessão de área a novo projeto de duplicação

20/03/2012 15:45

Comissão para discutir projeto para obra envolverá Prefeitura Municipal de Florianópolis, UFSC e comunidade

O Conselho Universitário da UFSC (CUn) aprovou na manhã desta terça-feira, dia 20, o parecer misto dos conselheiros Juarez Vieira do Nascimento (relator) e Sérgio Luis Schlatter Junior (relator de vistas) que condiciona a cessão do terreno para a duplicação da rua Deputado Antônio Edu Vieira, no bairro Pantanal, à discussão de um novo projeto para a obra, construído a partir das decisões de uma comissão formada pela Prefeitura Municipal de Florianópolis, Universidade Federal de Santa Catarina e comunidade. O grupo terá seis meses para apresentar a proposta, elaborada com base num debate amplo e que contemple as necessidades da comunidade universitária e dos moradores do entorno da instituição.

O documento aprovado procurou aproximar os dois pareceres analisados na reunião da semana passada, quando o reitor Alvaro Toubes Prata, presidente do conselho, decidiu tirar o tema da pauta e evitar a votação em função das incertezas geradas pelo conteúdo da proposta da prefeitura. Havia dúvidas quanto aos impactos ambiental e de vizinhança da obra, à existência de recursos para a sua execução e de um projeto específico que atendesse à demanda crescente pelo uso do transporte coletivo. Também havia insegurança quanto à possibilidade de o alargamento da via eliminar os engarrafamentos, em vista de outros gargalos existentes em pontos dos bairros Pantanal, Córrego Grande e Carvoeira.

“Vale ressaltar que a UFSC está disposta a ceder a área a partir da elaboração de um novo projeto onde nós, enquanto instituição de ensino, pesquisa e extensão, possamos contribuir, colocando à disposição da cidade nosso conhecimento para pensar um projeto que de fato vá melhorar a mobilidade urbana de Florianópolis”, diz o parecer aprovado hoje. Seja no documento, seja nos debates do conselho, ficou claro que a Universidade quer fazer mais do que ceder a faixa de um quilômetro e 18 mil metros quadrados – quer discutir melhor a obra e interferir nas discussões sobre o planejamento urbano da Capital.

Um termômetro de como a UFSC está encarando a questão da mobilidade é a disposição do Conselho e da futura reitora, Roselane Neckel, também conselheira, de agir de forma mais intensiva para “pensar a cidade”. “Devemos nos preocupar com os destinos de Florianópolis”, disse Roselane. O professor Alessandro Pinzani foi mais longe e propôs medidas para “evitar o desastre urbanístico e ambiental” que a prefeitura está promovendo. “Somos um centro de pesquisa e conhecimento e podemos ajudar a cidade a sair dessa situação”.

No final da reunião, o reitor Alvaro Prata afirmou que a decisão do conselho “foi tomada com muita legitimidade” e que os conselheiros “perceberam que a UFSC pode contribuir de maneira solidária com as demandas da prefeitura e da Capital”. Ele disse que a Universidade vem dando um bom exemplo ao se expandir para outras partes da Ilha de Santa Catarina, como a Ressacada, o Itacorubi e o Sapiens Parque, onde serão investidos R$ 30 milhões para a implantação do Instituto de Petróleo e Gás.

Por Paulo Clóvis Schmitz/jornalista na Agecom

Foto: Wagner Behr/Agecom

 

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Documento aprovado pelo CUn: página 1página 2

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