Projeto de eficiência energética recebe Prêmio Odebrecht 2011
Um projeto realizado pelo acadêmico Eduardo Leite Souza, do curso de Arquitetura e Urbanismo, e orientado pelo professor Enedir Ghisi, do Departamento de Engenharia Civil da UFSC, acaba de ser agraciado com o Prêmio Odebrecht para o Desenvolvimento Sustentável, edição 2011, entregue na semana passada no Rio de Janeiro. O projeto vencedor foi “A Esquadria Ideal para Permitir Ventilação Natural, Controle da Insolação e Vista para o Exterior”. O professor Antonio Edésio Jungles, chefe do Departamento de Engenharia Civil, representou o reitor Alvaro Prata na solenidade de premiação.
A intenção do professor Enedir Ghisi, que teve a iniciativa de criar o projeto, é aprimorar as esquadrias, usando o molde das venezianas, só que com placas móveis. Elas giram em qualquer ângulo, bloqueando o sol e permitindo que o vento entre sem obstáculos. O protótipo oferece a possibilidade dos formatos vertical, horizontal e diagonal, com a alternativa de deixar as aletas inclinadas, dando a opção da ventilação cruzada, dependendo da posição do imóvel. Outra vantagem do protótipo é utilizar materiais diferentes, de acordo com os insumos disponíveis em cada região, como madeira, alumínio ou PVC.
“A veneziana tradicional não permite essa flexibilidade”, diz Ghisi. “Por isso, em geral, o desempenho energético das casas é ruim. Com o aumento da renda média das famílias, ficou mais fácil comprar aparelhos de ar condicionado ou ventiladores do que projetar uma residência com desempenho térmico mais racional. Nosso objetivo é melhorar essa performance e reduzir o consumo de energia”.
A ausência de cuidados com detalhes relativos à ventilação e insolação, sobretudo nos programas de moradia popular do governo, e a baixa qualidade das esquadrias acabam aumentando as despesas com energia elétrica. “As pessoas não pensam no gasto de longo prazo e nos dispêndios que o país tem com a geração e transmissão de energia”, diz o professor Enedir.
Na UFSC, o trabalho de iniciação científica foi desenvolvido no Laboratório de Eficiência Energética em Edificações (Labeee), coordenado pelo professor Roberto Lamberts. A intenção é patentear o modelo e buscar sua utilização prática, por meio de parceiras com empresas que possam fabricar e comercializar o produto.
Escola sustentável – Na edição anterior do prêmio, em 2010, o mesmo professor orientou o projeto vencedor, chamado de “Escola Modular Sustentável”, feito por dois alunos da UFSC e que propôs a utilização de técnicas que preservam o conforto técnico e luminoso da construção. O protótipo previa o uso de aquecimento solar da água da chuva, reutilização de águas e ventilação e iluminação naturais. As simulações foram feitas no frio de Curitiba (PR), no calor de Ituaçu (BA) e na umidade de Belém (PA), ou seja, em condições climáticas bem antagônicas entre si.
Por Paulo Clóvis Schmitz/jornalista na Agecom
Foto: Wagner Behr/Agecom