MArquE pesquisa esqueleto encontrado em sambaqui no Rio Tavares
Ele tinha baixa estatura, possivelmente circulava na região do Rio Tavares e áreas adjacentes, comia bastante peixe e suas atividades diárias deveriam estar voltadas muito mais para o mar. É possível que não sentisse dor ou incômodo por conta de dois de seus caninos permanentes que permaneceram inclusos. Quando morreu, ao que tudo indica, com mais de 25 anos, teve o corpo pintado com pigmento vermelho, o ocre, e enterrado estendido de barriga para baixo e com a face voltada para o chão, presumivelmente antes de Cristo, e talvez um dos primeiros a ser sepultado no sítio arqueológico chamado Sambaqui do Rio Tavares III.
Estas são algumas informações das análises preliminares do esqueleto encontrado em agosto, durante as obras para construção do elevado do Rio Tavares, no entroncamento das rodovias SC-405 e SC-406. O relatório final, com todos os dados de análises sobre este esqueleto e outros dois encontrados na primeira etapa das escavações, será enviado ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 2019, explica a arqueóloga da UFSC Luciane Zanenga Scherer.
O documento incluirá todas as metodologias utilizadas para estimativa de sexo, idade, e estatura, bem como a descrição de patologias ósseas e dentárias, caso constatadas, e análises de marcadores de estresse ocupacional. Além disso, os materiais associados ao sepultamento, incluindo os artefatos e ecofatos evidenciados e coletados durante a escavação, serão analisados pela empresa Geoarqueologia Pesquisa Científica, responsável pela pesquisa arqueológica. Uma amostra de osso será separada para a realização de datação por radiocarbono.
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