Aumento no consumo de bebidas açucaradas pode estar associado a ‘bullying’ em meninos

12/05/2015 08:02

Pesquisa do Programa de Pós-Graduação em Nutrição (PPGN) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), feita com meninas e meninos entre 11 e 14 anos, buscou uma relação entre o consumo de alimentos não saudáveis com a ocorrência de bullying. A dissertação de mestrado de Carla Zanelatto, com orientação da professora Arlete Catarina Tittoni, constatou que os estudantes do sexo masculino que sofrem bullying de média a alta intensidade –agressões físicas, perseguições e difamações na internet – consomem 2,34 vezes mais bebidas açucaradas, como sucos artificiais e refrigerantes, do que os expostos a bullying de baixa intensidade – agressões verbais – ou dos que não recebem provocações. A pesquisadora utilizou dois questionários para obter seus resultados: o Questionário Alimentar do Dia Anterior (QUADA) e outro sobre as experiências com o bullying. Um total de 975 alunos das redes de ensino pública e privada de Florianópolis respondeu às perguntas.

ilustração matéria bullying

De acordo com a pesquisa, estudantes do sexo masculino que sofrem bullying de média a alta intensidade consomem 2,34 vezes mais bebidas açucaradas. Arte: Rogério Fonseca/Estagiário de Design/Agecom/DGC/UFSC

De acordo com Carla, as situações de estresse e ansiedade geram uma resposta fisiológica: o sistema endócrino libera o hormônio cortisol, que influencia o metabolismo de carboidratos, proteínas e lipídeos, o que pode aumentar o apetite. Dessa forma, os alunos procurariam alimentos com alto teor de açúcar para compensar os episódios de preconceito e humilhações. A nutricionista ressalta que esse aumento no consumo só foi identificado em meninos e acredita que isso se deva à questão estética. “Nas adolescentes, há um hábito de fazer dieta, por causa do padrão de beleza que a sociedade impõe.”
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