
“Deixa sua mente com medo”, afirmou uma moradora. Foto: Maria Isabel Miranda/Zero/UFSC
“O Estado só vem aqui para matar. Tenho medo de não estar em casa e eles virem, e de estar em casa e eles virem”. A fala é de um morador que participou de um estudo do Instituto Memória e Direitos Humanos da Universidade Federal de Santa Catarina (IMDH/UFSC) e da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). O depoimento integra o relatório Representações da Violência Policial: rodas de conversa com comunidades e profissionais de Florianópolis, publicado em junho.
Foram ouvidas 115 pessoas em 13 rodas de conversa conduzidas entre 2021 e 2024 com comunidades da Grande Florianópolis, organizações da sociedade civil, membros da Defensoria Pública do Estado de Santa Catarina e do Ministério Público de Santa Catarina. As conversas foram mediadas por professoras e estudantes da UFSC e da Udesc, que propuseram um ambiente de escuta para os moradores das comunidades. Com poucos dados à disposição, o objetivo do grupo era ouvir.
“Quando a gente pensa nesse cenário de pesquisa de violência policial em Santa Catarina, infelizmente, a gente ainda tem um campo um pouco vazio, que a gente [no IMDH] tem construído dia após dia”, explica Jo Klinkerfus, doutoranda em Antropologia pela UFSC e coautora do relatório. A ausência de dados públicos levou as pesquisadoras a buscarem uma metodologia menos quantitativa e mais qualitativa para o trabalho.
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Em referência aos 60 anos do Golpe Militar em 2024, o Instituto de Memórias e Direitos Humanos (IMDH) e o Serviço de Acolhimento a Vítimas de Violências (SEAVis/Proafe) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) realizam a exposição virtual Para não deixar esquecer: Direitos Humanos e os 60 anos do golpe militar. A iniciativa se dá por meio de fotos em que uma pessoa segura um cartaz com um artigo da Declaração Universal dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU). Ao todo serão expostos os 30 artigos da Declaração, com posts semanais, às quartas-feiras, nas páginas do Instagram do IMDH e do SEAVis. Cada postagem trará na legenda uma reflexão pontual sobre a atualidade e urgência do artigo. A exposição conta com a participação de todos os campi da UFSC e de pessoas externas à Universidade.
Segundo o relatório da Comissão Nacional da Verdade (CNV) no Brasil, em torno de 210 pessoas que se opuseram ao regime militar estão até hoje desaparecidas. “Os agentes de repressão responsáveis pelas torturas e pelos assassinatos, ainda que identificados, não foram punidos pelo crime perpetrado, diferentemente do que aconteceu na Argentina e no Chile. Destacamos que a CNV foi instaurada apenas em 2012 e foi finalizada em 2014, quase 30 anos depois do fim da ditadura”, afirmam organizadores.
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