
Dispositivo de alta tecnologia, o implante coclear é também conhecido como “ouvido biônico”
O II Encontro de Implante Coclear, que acontece no dia 23 de setembro no auditório do Hospital Universitário (HU), vai discutir como será a cirurgia de implante coclear em Santa Catarina e a reabilitação dos pacientes. Até o início do ano, nenhum hospital podia realizar a operação pelo Sistema Único de Saúde, o SUS. No dia 29 de abril, o HU foi credenciado e autorizado pelo SUS para realizar o implante, tornando-se o primeiro e único hospital do Estado a fazer o procedimento.
O implante coclear é um dispositivo eletrônico de alta tecnologia, também conhecido como “ouvido biônico”. O aparelho é utilizado em casos de perda auditiva profunda nos dois ouvidos. O paciente passa a escutar porque o dispositivo estimula eletricamente as fibras nervosas remanescentes, transmitindo o sinal para o nervo auditivo.
Em Santa Catarina, o SUS não cobria a cirurgia, e o preço em caso de tratamento particular chegava a R$ 80 mil. No dia 29 de julho de 2011, a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) incluiu o implante coclear em convênio médicos. Desde que foi credenciado, o HU realizou uma cirurgia, em 16 de agosto deste ano. O segundo caso já está em avaliação.
O HU recebe quatro novos casos por semana e tem autorização para realizar duas cirurgias por mês. Para entrar na fila do implante coclear é necessário o diagnóstico da falta de sucesso com o aparelho auditivo pelo médico de um Centro de Atenção a Saúde Auditiva, atendido pelo próprio SUS. Antes da cirurgia, o paciente passa por no mínimo quatro visitas médicas: ao fonoaudiólogo, otorrinolaringologista, assistente social e psicólogo. Um mês depois do procedimento cirúrgico ocorre a ativação do dispositivo.
Os pacientes devem ter um acompanhamento pós-operatório e também um período de reabilitação auditiva. Esse processo consiste em uma terapia fonoaudióloga, na qual o paciente reaprende a ouvir e falar. A professora de fonoaudiologia, Maria Madalena Pinheiro, explica que o tempo de adaptação é diferente para cada paciente. “O implante garante a detecção auditiva, mas necessita adaptação”, explica. “É como se a pessoa fosse aprender uma língua estrangeira. Dedicação e treinamento do indivíduo e família são fundamentais”, complementa.
Mais informações 3721-4912 ou e-mail madalenacp@ccs.ufsc.br
Por Nayara Batschke de Oliveira / Bolsista de Jornalismo na Agecom
Fotos Brenda Thomé / Bolsista de Jornalismo na Agecom