Na Mídia: Rali de barcos movidos a energia solar é realizado pela primeira vez em Florianópolis

14/02/2011 16:22

Desafio Solar Brasil é uma oportunidade de testar projetos de universidades brasileiras

Roberta Kremer | roberta.kremer@diario.com.br

Começou neste domingo, em Florianópolis, o Desafio Solar Brasil. O campeonato de barcos elétricos abastecidos com energia solar vai até o próximo sábado, no Lagoa Iate Clube (LIC), na Capital. O evento é uma oportunidade de testar projetos de universidades brasileiras que pesquisam a tecnologia para que, no futuro, possamos ter embarcações não poluentes para uso comercial.

Participam das provas barcos dos Departamentos de Engenharia Mecânica da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) —campus Florianópolis — e de Engenharia da Mobilidade — Joinville —, além de outros 10 montados por instituições do Rio de Janeiro.

A competição será realizada em sete dias. No domingo foi a vez de inspecionar os barcos e apresentar os projetos. Nesta segunda-feira começa o rali, com provas de até 36 quilômetros, além de contornos de boias nas águas da Lagoa da Conceição, Canto e Costa da Lagoa.

Inspirado no Frisian Solar Challenge – competição realizada a cada dois anos na Holanda, a versão brasileira foi criada pelo Pólo Náutico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), que organizou o evento em 2009, em Paraty. São duas categorias: monocascos e catamarãs (embarcações com dois cascos). Das equipes, a que somar o melhor tempo final é a vencedora. A disputa é uma forma de fazer os universitários buscarem a superação nos projetos para beneficiar o meio ambiente.

Como a equipe Vento Sul, da UFSC, ganhou o troféu pela primeira colocação com seu catamarã em 2009 e 2010, Florianópolis foi escolhida para sediar a primeira etapa da competição deste ano. Haverá ainda mais duas fases da prova até o fim do ano, no Rio de Janeiro, mas os locais e datas ainda não foram confirmados. Não há premiação em dinheiro.

— Barco solar é o futuro. A manutenção é baixa, a energia é de graça e não polui — explica o coordenador do desafio na Região Sul, Tassio Simioni.

Desafio Solar Brasil
Como funciona o barco
O barco de seis metros de comprimento por 2,3 metros de largura conta com seis placas de silício, responsáveis por captar a energia solar — que é transformada em elétrica — e carregar as baterias. Quando está na água, também faz o motor elétrico, que é ligado à hélice, trabalhar e movimentar o barco. Para potencializar a velocidade da embarcação, os cascos são feitos de materiais leves, como fibra de vidro. O modelo chega a uma velocidade de 15 quilômetros por hora.
O que é energia solar
A luz do sol é uma energia com diversas utilizações. No caso das plantas, é aproveitada para o processo de fotossíntese. Com uso de equipamentos de captação, é possível transformar essa força em outros tipos de energia, como a elétrica e de calor — normalmente usada para aquecimento de água. A vantagem da energia solar é ser uma fonte limpa e renovável. A principal desvantagem é o alto custo do aparato tecnológico para captação.
Tecnologia na Lagoa do Peri
O Laboratório de Energia Solar (Labsolar) da UFSC está desenvolvendo um barco com capacidade para cinco pessoas para ser utilizado pelo Instituto Ekko Brasil, que monitora as lontras da Lagoa do Peri. Como trata-se de uma área de proteção permanente (APP), é proibido o uso de embarcações movidas a combustível. O projeto vai facilitar o trabalho dos pesquisadores, que hoje utilizam canoas para percorrer os 5,2 quilômetros quadrados da lagoa. O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) liberou uma verba de R$ 100 mil para o projeto.
Falta investimento
O maior trabalho dos estudantes não é montar a “engenhoca”, mas conseguir investimento. A equipe Babitonga, do Departamento da Mobilidade da UFSC de Joinville trabalhou mais de 12 horas por dia no último mês para aprontar o barco. Isso porque não foi fácil conseguir recursos — que só vieram por meio da iniciativa privada. Os painéis solares e os cascos foram fornecidos pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), promotora do evento. Ferramentas e peças foram doados por empresas.

— Trabalhamos dia e noite para deixar pronto —  lembrou o estudante Rafael Batista, 23 anos. Nas próximas etapas do Desafio Solar Brasil, outras duas instituições catarinenses devem participar; a Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) e Universidade do Vale do Itajaí (Univali).

Tags: barco solarDesafio Solar Brasil

UFSC é representada por duas equipes no Desafio Solar Brasil-Florianópolis

10/02/2011 15:35

Equipe Vento Sul, bicampeã no Desafio Solar Brasil

Será realizado a partir de domingo (13/2), na Lagoa da Conceição, em Florianópolis, uma nova edição do Desafio Solar Brasil. A competição, um campeonato de barcos elétricos abastecidos com energia solar,  inicia pela manhã, no Lagoa Iate Clube. A partir de 10h as equipes apresentam seus projetos. O Desafio Solar prossegue até 19 de fevereiro (veja cronograma).

O objetivo do Desafio Solar Brasil é estimular o desenvolvimento de tecnologias para fontes limpas de energias. A competição colabora também com a divulgação do potencial dessas tecnologias aplicadas em embarcações de serviço, recreio e transporte de passageiros.

A UFSC terá duas equipes participando da primeira edição do Desafio Solar Brasil na capital catarinense. Uma delas é a Vento Sul, formada por estudantes e professores do campus de Florianópolis, anfitriã e responsável pela organização do evento. Por dois anos consecutivos esse grupo, vinculado ao Laboratório de Energia Solar do Departamento de Engenharia Mecânica, foi vencedor do Desafio Solar Brasil.

O outro grupo da Universidade Federal de Santa Catarina é a equipe Babitonga, do Curso de Engenharia de Mobilidade, campus de Joinville. Esse “time” concorre com a embarcação Babitonga, nome que faz referência à baía mais famosa da região Norte do Estado.

O Desafio Solar Brasil é inspirado no Frisian Solar Challenge, competição realizada a cada dois anos na Holanda. As edições brasileiras anteriores foram realizadas no estado do Rio de Janeiro. Entre os participantes da edição de Florianópolis estão também Arpoador – Polo Náutico UFRJ; Copacabana – Escola de Pescadores Cabo Frio; HL1 – Escola Técnica Henrique Lage; Mangue – Lafae UFRJ e VDC2 – Instituto Náutico de Paraty.

Mais informações:

Equipe Vento Sul: Tassio Simioni, fone (48) 9962-1696

Equipe Babitonga: professor Cristiano Vasconcelos Ferreira, fone (47) 9946-1051

Visite o blog  www.dsbflorianopolis.blogspot.com

Leia também: Entrevista com Cristiano Vasconcellos Ferreira, da Equipe Babitonga, de Joinville

Por Arley Reis / Jornalista da Agecom

Tags: Desafio Solar Brasilenergia solar