Nota de pesar: falece professor ‘Maninho’, fundador da maternidade do HU-UFSC

26/07/2025 16:11

Profissional deverá ser homenageado pela atuação na maternidade do HU. Foto: Divulgação/UFSC

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e o Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC) informam, com pesar, o falecimento do médico e professor Carlos Eduardo Andrade Pinheiro, conhecido como Maninho, aos 70 anos, neste sábado, 26 de julho.

O velório ocorre neste domingo, 27 de julho, na Rua dos Andradas, 313, em Sant’Ana do Livramento (RS), terra natal de Maninho. O sepultamento está marcado para as 11h desta segunda-feira.

Muito conhecido entre os colegas de profissão e figura sensível ao trato com pacientes e estudantes, Maninho foi o fundador da maternidade do HU-UFSC, em 1995. Ele seria um dos homenageados em cerimônia prevista para outubro, quando o serviço completará 30 anos de existência.

Maninho faleceu em um acidente de trânsito no Rio Grande do Sul, quando se deslocava para a cidade de Sant’Ana do Livramento, onde ocorrem as últimas homenagens. Ele visitaria a mãe, Marta Andrade Pinheiro, a quem planejava dar especial atenção após a aposentadoria, cujas as tratativas já tinha iniciado.

“Ainda por cima, tinha essa característica. Era muito humano”, lembra Maurício Pereima, chefe do Departamento de Pediatria, do Centro de Ciências da Saúde (CSS), da UFSC, colega de Maninho. “Chamavam ele assim porque era irmão de todos”.

Cuidado voltado aos recém-nascidos

Com longa carreira como médico e professor, especialmente dedicada à Pediatria de recém-nascidos, Maninho presidia atualmente a Regional Sul II da Associação Brasileira de Educação Médica (Abem). Também era membro da comissão de avaliação de ensino médico do Instituto Nacional de Estudo e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Professor de Puericultura e Neonatologia no Departamento de Pediatria da UFSC desde 1984, Maninho foi coordenador do Curso de Medicina de 2010 a 2014. Ele também foi chefe do Departamento de Pediatria por três períodos, sendo o último de 2016 a 2017. Foi diretor clínico do HU-UFSC de 1992 a 1996, além de médico plantonista no Serviço de Neonatologia do Hospital Regional de São José, de 1987 a 2019.

“Perda para toda a comunidade”, diz reitor

“É uma perda para o CCS, para o HU e para toda a comunidade da UFSC. O professor Maninho, como era carinhosamente chamado, sempre foi uma pessoa querida pelos estudantes, TAEs e docentes. Deixa um legado de dedicação ao ensino, à pesquisa e à extensão, tendo contribuído significativamente para a formação de inúmeros profissionais da área da saúde. A UFSC se solidariza com a família e amigos neste momento de dor”, declarou o reitor Irineu Manoel de Souza, lembrando que Maninho também participou da Câmara de Graduação e do Conselho Universitário (CUn).

Professor atuava na área de Pediatria. Foto: Álbum de Família

Quando a maternidade do HU-UFSC abriu as portas, 30 anos atrás, o professor Fernando Sommacal – hoje diretor e responsável técnico do hospital – trabalhava junto com Maninho para entregar o serviço à comunidade. Era 25 de outubro de 1995, data que será lembrada daqui a alguns meses. “Ele seria homenageado. Vamos manter. Mas terá de ser in memoriam“, lamenta Fernando.

Amigo de Maninho desde 1983, quando o conheceu lecionando como professor auxiliar de ensino na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Fernando diz do amigo: “gostaria de agradecer por tudo o que ele me ensinou. Me abriu portas na Universidade. E foi sempre humilde e humano. Era amigo de todos. Teve enorme contribuição para a Pediatria e para mim”.

O superintendente do HU-UFSC, Spyros Dimatos, também se solidarizou com a perda. “Ao longo de sua trajetória, o professor Maninho dedicou sua vida ao cuidado de crianças, à formação de gerações de profissionais e à construção de um ambiente mais humano e acolhedor dentro e fora do hospital. Sua paixão pelo ensino, sua atenção incansável aos pacientes e seu compromisso com a saúde pública deixaram uma marca indelével em todos que tiveram o privilégio de conviver com ele”, lembrou Spyros. “A comunidade acadêmica e hospitalar perde não apenas um médico brilhante e um educador exemplar, mas também um ser humano generoso, que soube unir ciência e empatia em cada gesto.”

O diretor do CCS, Fabrício Neves, também ressalta o carisma do colega. “Maninho tinha um respeito grande pela UFSC, sua comunidade e suas instituições. Comecei ajudando-o na coordenação do curso, quando ele sempre me dizia que a CGRAD era a melhor escola para se entender a UFSC, onde os coordenadores se encontravam e buscavam resolver seus problemas em comum. Eu o admirava também por esse aspecto: ele, que gostava tanto da política, também gostava de cuidar dos problemas pequenos, do dia-a-dia da UFSC, com a mesma dedicação. Na coordenação do curso, volta e meia comprava algo que faltava pra ajudar no trabalho. Perguntávamos de onde tinha vindo aquilo e ele dizia: ‘da Fundação Pinheiro’, caindo na risada. Antes de tudo, uma boa pessoa, que pensava muito no bem-estar dos outros no seu cotidiano profissional. Um grande exemplo.”

A Universidade e toda a sua comunidade expressam seu luto e solidarizam-se com a família e amigos de Maninho neste momento de luto.

Atualização: texto atualizado às 14h12 de 27/07/25, para inclusão das informações de velório e sepultamento.

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