Pesquisadora avalia sobrepeso em técnicos-administrativos da UFSC

24/10/2014 13:35

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Estudo desenvolvido no Programa de Pós-Graduação em Educação Física (PPGEF) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) mostrou que 64 entre 100 técnicos-administrativos em Educação (TAEs) da Universidade apresentam excesso de peso. A pesquisa analisou 615 servidores – 283 homens e 332 mulheres – e foi conduzida por Juliane Berria, que produziu sua dissertação a respeito do tema com orientação do professor Edio Luiz Petroski

Três índices foram utilizados para avaliar se os técnicos estavam com o peso adequado: a Circunferência da Cintura (CC) e a Relação Cintura e Estatura (RCEst) determinaram o acúmulo de gordura na região abdominal; o Índice de Massa Corporal (IMC), a obesidade de maneira geral. O IMC estava acima do ideal em 63,6% dos homens e 49,7% das mulheres. Os números mais altos do RCEst foram encontrados em homens, enquanto que as mulheres tiveram índices maiores na CC. Cerca de 33,2% dos pesquisados e 34,3% das pesquisadas apresentaram as três medidas acima do normal.

Os grupos considerados de risco foram os servidores com mais de 40 anos: nos homens, por exemplo, a menor prevalência de excesso de peso foi observada naqueles que pertencem a níveis econômicos intermediários ou altos. A pesquisadora explica que isso ocorre porque pessoas com melhor condição financeira têm mais acesso a exercícios físicos, boa alimentação e condições melhores de saúde. Já nas mulheres, a maior ocorrência de sobrepeso foi nas casadas, e o índice RCEst teve menores números nas que possuem oito anos de escolaridade ou menos.

 

Outros pesquisadores da UFSC desenvolvem a EpiFloripa, um estudo com o objetivo de analisar as condições de vida de moradores de Florianópolis. Em 2009, o estudo determinou a obesidade dos habitantes da capital. Juliane usou esses dados para fazer um comparativo e constatou que a proporção de técnicos com obesidade abdominal era superior à de florianopolitanos. No levantamento de 2009, os pesquisadores da área de saúde concluíram que os maiores índices de obesidade eram em mulheres com menos de quatro anos de escolaridade, e as maiores taxas de obesidade abdominal, em mulheres de classe baixa.

 

A pesquisa de Juliane Berria foi feita com os técnicos, pois se buscava analisar a influência do local de trabalho na obesidade. “Muitas vezes, o ambiente de trabalho limita a possibilidade de atividade física; em outras circunstâncias, gera muito cansaço – então, quando as pessoas vão para casa, acabam sem motivação para buscar a prática de um exercício físico regular”, explica a pesquisadora.

 

Dados do Ministério da Saúde apontam que o excesso de peso atinge 50,8% dos brasileiros. De acordo com Juliane, essas pessoas, em geral, podem desenvolver outras doenças, como hipertensão e diabetes, o que pode estar associado à queda da produtividade no trabalho e aumento das faltas.

A solução, para a pesquisadora, seria uma ação multidisciplinar que envolvesse mudança comportamental, como reeducação alimentar e prática de exercícios. “Deveria ser um trabalho oferecido a todos os servidores, não só os acima do peso, para que as pessoas dentro de uma faixa de IMC adequada não venham a desenvolver esse problema no futuro”, opina.

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Mais informações: Gesad – http://gesad.ufsc.br/ ou (48) 3721-7696

Tamy Dassoler/Estagiária de Jornalismo/DGC/UFSC 

Ana Carolina Prieto Estagiária de Jornalismo/DGC/UFSC

Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

Imagem destaque: internet

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