UFSC na Mídia: Em portal britânico, professora da UFSC comenta como o Atlântico Sul precisa ser estudado

27/01/2023 11:02

Imagem do Portal Carbon Brief mostra circulação de águas e participação do Atlântico Sul no processo

A professora Regina Rodrigues, da Coordenadoria Especial de Oceanografia da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), foi convidada a escrever para o portal britânico Carbon Brief, especializado na cobertura climática, sobre como o Atlântico Sul é pouco estudado e como o fato vem sendo superado historicamente. Regina recentemente foi editora de uma edição especial sobre o tema na revista Communications Earth & Environment, do Grupo Nature.

No texto do portal, ela explica que o Atlântico Sul afeta diretamente o clima de países sul-americanos e africanos e pode provocar desde ondas de calor e secas até inundações, o que pode ocasionar insegurança hídrica e alimentar em milhares de pessoas. Historicamente, no entanto, ele é pouco pesquisado se comparado ao Atlântico Norte, onde estão as grandes potências globais. O fato de estar em países de renda baixa a média, com dificuldades para financiar a pesquisa oceanográfica, também seria uma das causas para o baixo volume de estudos.

De acordo com a pesquisadora, a história registrada no oeste do Atlântico Sul começou em 1500, quando o explorador português Pedro Alvares Cabral chegou à costa brasileira. Depois, passou a ser foco de interesse como forma de acesso ao Pacífico e ao Índico. Mais recentemente, a história das guerras também fez com o Atlântico Norte fosse foco central de interesse no mundo.

Conforme o texto assinado pela pesquisadora, o Atlântico Sul é o único oceano a transportar calor em direção ao Equador, fornecendo grandes volumes de água ao Atlântico Norte para substituir águas frias e densas, uma circulação estudada pela ciência. A mudança climática, entretanto, é uma ameaça à estabilidade do processo. “À medida que o planeta esquenta, as camadas de gelo no hemisfério norte estão derretendo, diluindo a água salgada do mar com água doce e impedindo que a água fria e densa afunde”.

A pesquisadora pontua que, desde 2007, um grupo de cientistas vem se dedicando, de forma associada, a estudar o Atlântico Sul e a circulação das suas águas. Originalmente formada por pesquisadores da Argentina, Brasil, França, Itália, Alemanha, Rússia, Holanda, Reino Unido e Estados Unidos, o grupo tem objetivos bem definidos e compartilha recursos, o que “permitiu a participação igualitária de cientistas do sul e do norte globais, o que, por sua vez, pode reduzir os desafios do desenvolvimento sustentável no oceano Atlântico Sul”.

Leia o texto completo aqui.

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