Especialista do HU/UFSC alerta sobre aspectos da endometriose

12/03/2021 10:22

No mês de março, são lembradas várias causas importantes para as mulheres e um marco de destaque foi a criação, por lei, do Dia Nacional de Luta contra a Endometriose, em 13 de março. Esta data é importante para a discussão sobre a saúde feminina, considerando que esta doença atinge 15% das mulheres em idade reprodutiva, segundo a Associação Brasileira de Endometriose.

O médico gineco-obstetra da Divisão de Tocoginecologia do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago da Universidade Federal de Santa Catarina (HU/UFSC) Rodrigo Assumpção Baron explicou que a endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial (tecido que reveste o interior do útero) fora da cavidade uterina, ou seja, em órgãos da pelve como tubas, bexiga, ovário, intestino e peritôneo pélvico.

Segundo ele, o principal sintoma de endometriose é dor pélvica, que pode ser desde menstruação com cólicas, que vão se acentuando à medida que o tempo passa até dor fora do período menstrual, dor no ato sexual (principalmente na penetração profunda) e infertilidade. “O diagnóstico, na maioria das vezes é clínico, por meio da história da paciente e pelo exame físico”, explicou o médico, acrescentando que existem exames de imagem mais específicos que ajudam os médicos no diagnóstico, principalmente quando há doença infiltrativa, como Ultrassom Transvaginal e Ressonância Magnética com preparo intestinal.

O médico explicou que o HU/UFSC realiza cirurgia de videolaparoscopia para endometriose em casos em que não haja endometriose profunda acometendo órgãos como intestino, por exemplo. Essas pacientes são encaminhadas para ambulatório de ginecologia operatória via Unidade Básica de Saúde.

A doença atinge as mulheres em idade reprodutiva, principalmente brancas, e há alguns fatores de risco apontados pela literatura médica, como história familiar materna, menarca (primeira menstruação) precoce, ciclos menstruais mais curtos e/ou fluxo menstrual aumentado e persistente, IMC (índice de massa corpórea) baixo, nuliparidade (mulher que nunca engravidou) e gestação tardia.

O tratamento vai depender de alguns fatores como a idade da paciente, a gravidade dos sintomas, o estágio em que a doença se encontra e o desejo de gestar da paciente. No caso do tratamento de dor, a escolha é tratamento medicamentoso com anticoncepcional oral combinado contínuo ou cíclico, proestagênicos orais ou injetáveis, uso de sistema intrauterino liberador de levonogestrel (Mirena) ou implantes subcutâneos (Implanom).

No caso de não melhora dos sintomas num prazo variável de seis meses a um ano, pode-se optar por tratamento cirúrgico, por videolaparoscopia, para remoção dos focos que possam ser encontrados. Se a paciente tem infertilidade, e afastado outras causas, a videolaparoscopia é mandatória. Baron explicou que existem formas de prevenção extramedicamentosas, como a alimentação saudável, o repouso adequado e a diminuição do consumo de álcool. Além disso, buscar informações é essencial.

Texto: Unidade de Comunicação Social – HU/UFSC

Tags: endometrioseHospital Universitário Prof. Polydoro Ernani de São Thiago (HU/UFSC)HUUFSCUniversidade Federal de Santa Catarina