Equipes da UFSC oferecem mais conforto e autonomia a pacientes e profissionais do Instituto de Psiquiatria
Design em benefício da saúde? Sim, e muito. Em benefício da saúde, do bem-estar e da qualidade de vida, principalmente de pessoas com deficiência e idosos com mobilidade reduzida e de profissionais da área da saúde. Por praticamente cinco anos, de 2015 ao final de 2019, equipes do Laboratório de Design e Usabilidade (LDU) e do Núcleo de Gestão de Design (NGD), vinculados ao Departamento de Design e Expressão Gráfica e ao Programa de Pós-Graduação em Design e ao Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), desenvolveram ações e produtos para oferecer mais conforto e autonomia a pacientes e profissionais do Instituto de Psiquiatria (IPq-SC), instituição pública de saúde localizada em São José, na Grande Florianópolis.
O projeto intitulado “Contribuição do Design Universal no Contexto da Reabilitação Física: Estratégias para o SUS” teve gestão da Fundação de Amparo à Pesquisa e Extensão Universitária (Fapeu) e foi desenvolvido com recursos do edital do Programa de Extensão Universitária (Proex MEC SESu) da Secretaria de Educação Superior do Ministério da Educação no âmbito do programa “Psiquiatria em análise: da saúde do paciente às questões da saúde do trabalhador”. “A Fapeu administrou os recursos do programa e auxiliou em todo o processo de aquisição de equipamentos, orientou a elaboração dos relatórios, prorrogações, prestação de contas etc., permitindo que a equipe pudesse se dedicar ao projeto do ponto de vista técnico, sem ter que se preocupar com estes aspectos”, detalhou o professor Eugenio Merino, coordenador do projeto. “Entendemos que a participação da Fapeu foi fundamental para o sucesso do programa”, acrescentou.
Referência
O Instituto de Psiquiatria é hospital de referência na área em Santa Catarina e integra a rede de unidades administradas diretamente pela Secretaria de Estado da Saúde. O projeto beneficiou inicialmente mais de 650 pessoas, sendo cerca de 200 pacientes de longa duração que se encontravam asilados no IPq-SC e também caracterizados por doenças crônicas. “O foco principal do programa eram os pacientes psiquiátricos moradores do hospital, tendo em vista a sua longa permanência (em média, 40 anos) e os acometimentos advindos do tratamento e do envelhecimento. De igual forma, foi dada ênfase aos profissionais que atuam diretamente junto aos pacientes”, ressaltou o professor Eugenio Merino no artigo “Contribuições do Design na Promoção da Autonomia em um Hospital Psiquiátrico de Santa Catarina”. Produzido em parceria com as professoras e pesquisadoras Giselle Merino e Rosimeri Franck Pichler, o trabalho foi apresentado no 13º Congresso Brasileiro de Pesquisa e Desenvolvimento em Design, realizado em novembro de 2018 em Joinville.
Mais de 15 produtos foram desenvolvidos para o IPq-SC, além de pesquisas de mestrado e de doutorado, projetos de conclusão de curso e atividades de Iniciação Científica e Tecnológica, já concluídas ou em andamento. Os projetos buscaram resolver demandas observadas em diferentes áreas, entre elas para os setores de Psicologia, de Terapia Ocupacional, de Farmácia, de Reabilitação e para alas de internação.
“Agradeço todo o esforço de vocês, todos os projetos que tivemos, já sabendo que esse agradecimento é muito pequeno em relação a todo o ganho que tivemos”, comentou o doutor Paulo Márcio Souza, ex-diretor do IPq-SC e que acompanhou parte do desenvolvimento do projeto. “Parabéns pelo empenho da sua equipe e pelo auxílio prestado aos profissionais, e, consequentemente, à população”, reforçou Henrique Fogaça, atual diretor do instituto. “Entendemos que esses produtos representam uma grande contribuição para a pesquisa e para o desenvolvimento em Tecnologia Assistiva, além de representar para os pacientes e para o IPq-SC um ganho em conforto, segurança e qualidade de vida”, definiu o professor Merino e os colegas de equipe. O IPq-SC e nossos queridos “velhinhos” e “velhinhas” agradecem.
Texto: Eduardo Correia/Fapeu