Especialista alerta para cuidados especiais com idosos durante o isolamento

01/10/2020 14:55

Praticamente todos sofreram e vêm sofrendo com o isolamento e a pandemia, mas um grupo merece atenção especial: os idosos. Por suas características, estas pessoas passaram por situações muito delicadas, sentiram um impacto maior na suspensão da maioria das atividades de atendimento público e de lazer e, certamente, vão demandar mais serviços na área de saúde nos próximos meses.

O alerta é do geriatra do Hospital Universitário Professor Polydoro Ernani de São Thiago (HU-UFSC), Rodrigo D’Agostini Derech, por ocasião do Dia Mundial do Idoso, comemorado em 1° de outubro. “Essa população com certeza sentiu e vai sentir de uma forma maior os impactos do isolamento”, afirmou o médico. Segundo ele, dentro do grupo de idosos – pessoas com mais de 60 anos, considerando o que diz a legislação brasileira – há aqueles que sofrem mais com o isolamento e a pandemia: aqueles que têm algum tipo de demência e os que ficam em instituições de longa permanência.

“O primeiro grupo pode ter sido afetado, por exemplo, com dificuldades no acompanhamento médico. Muitos estavam, de uma certa forma, controlados, mas podem ter perdido este controle. E os idosos em Instituições de Longa Permanência que sofreram muito com o isolamento”, resumiu o médico. Ele explicou que, legalmente, hoje, no Brasil, idoso é a pessoa com mais de 60 anos (e já existe discussão para aumentar esta faixa), mas o foco da Geriatria é o cidadão fragilizado, aquele que necessita de um acompanhamento especial, que precisa de diversas medicações e mais suscetível a problemas de saúde. “Este é o perfil do paciente de geriatria”, afirmou o médico.

Ainda com relação aos impactos da pandemia, Rodrigo Derech explica que o isolamento em casa exige cuidados extras em relação ao idoso, como a atenção com o risco de quedas, a principal causa externa de morte no caso desta população. “Algumas medidas podem ser adotadas em casa para minimizar estes problemas”, afirmou. Ele cita como exemplos cuidados como a instalação de barras de apoio e proteção nos banheiros e nos corredores, atenção com a iluminação dos ambientes, evitar tapetes soltos, preferir rampas em vez de escadas, evitar objetos (como mesas de centro) que prejudiquem o trajeto; não encerar o chão e evitar calçados soltos.

“São muitas as consequências do isolamento e são muitos os cuidados que podemos ter, especialmente com o idoso frágil, aquele que tem dificuldade para buscar seus direitos, aquele que precisa de políticas públicas adequadas, que precisa de uma atenção especial”, afirma o especialista.

Sinval Paulino/Unidade de Comunicação Social HU-UFSC/Ebserh

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