Os mortos de abril: inovadora obra literária reflete sobre vida e morte no Brasil atual
Vinte de um de abril de 2016, quinta-feira. Neste dia a personagem morrerá. Se em 2016 ou 2017, ainda não se sabe, mas já não restam dúvidas de que “irá desta” – como o próprio afirma no princípio da obra – na mesma data dos mortos célebres do Brasil: “Tiradentes, o traidor dos portugueses […], e Tancredo Neves, o traidor da ditadura” (p. 29). Esse é também o dia de mortos anônimos, como ele. Em pequenos pedaços de papel escritos diariamente no decorrer de um ano, a personagem permitirá ao leitor saber como e por quais motivos isso ocorrerá.
Esse é o conflito que conduz a obra Os mortos de abril: pequeno diário higiênico, do escritor catarinense Amilcar Neves. Redigido à mão, entre 21 de abril de 2016 a 20 de abril de 2017, o pequeno diário narra mais do que a passagem de um ano na vida da personagem principal. Toda uma vida, que particulariza um tempo histórico, está inserida nessa trajetória. Passado, presente e futuro são expressos nos pequenos pedaços de papel disponíveis.
A obra apresenta um formato de diário, mas um diário muito reduzido. Cada jornada é relatada apenas em poucas palavras, por vezes um parágrafo, que exprime aquelas horas de uma aurora a outra, mas também os dias, o antes e o depois, não apenas de uma personagem, mas de todo o seu entorno, que é maior que seu reduzido tempo de vida e seu restrito e diminuto espaço para redação.
Vencedor do II Concurso Salim Miguel 2016-2017, promovido pela Editora da UFSC (EdUFSC), o pequeno grande texto de Amilcar Neves é um convite à reflexão sobre a vida e a morte no Brasil contemporâneo. Inovador na forma e instigante em seu atual tema, o premiado livro agora está disponível na livraria da Edufsc para vendas on-line.
Serviço
O quê: livro Os mortos de abril: pequeno diário higiênico, 181 p.
Autor: Amilcar Neves
Preço: R$ 30,60
Mais informações na página da EdUFSC
Gabriel Martins/AgecomUFSC