Carta aberta pede chamado à visibilidade e cuidados de saúde com pessoas LGBTI+
Uma carta aberta publicada na revista Sexualities por pesquisadores da UFSC, UFPR, UFRGS, USP, IFRS e Unifesp faz uma série de recomendações aos serviços de saúde em aspectos sobre cuidados com pessoas LGBTI+ em durante a pandemia de Covid-19. Rodrigo Moretti, professor do Departamento de Saúde Pública da UFSC e um dos autores da carta, ressalta que “esta revista é referência no campo de gênero e sexualidade. O artigo é produto de ampla parceria que tenho com outros pesquisadores do país, e acredito ser importante pela temática, a visibilidade que possa ser dada, já que não existem publicações nesse enfoque, nacionais ou internacionais para além dessa”.
A carta lembra da marginalização histórica deste segmente e alerta para a o pior por conta da pandemia. “A falta de inclusão de pessoas LGBTI + nas políticas e pesquisas públicas, bem como a visibilidade das especificidades da saúde, são mais agudas durante a pandemia. Os governos e serviços de saúde devem considerar as desigualdades LGBTI + em relação ao acesso e à saúde” (traduzido do inglês).
O documento faz oito recomendações aos governos, baseando-se nas evidências científicas contemporâneas, que incluem a visibilidade das pessoas LGBTI+ quando se coleta e monitora dados epidemiológicos; promoção de abordagens de saúde sem discriminação ou estigmatização.; apoio aos cuidados centrados na pessoa para lidar com o sofrimento psicológico das pessoas LGBTI +; apoio à saúde e os direitos sexuais e reprodutivos para as pessoas LGBTI+; reconhecimento de que a ‘LGBTI+ fobia’ afeta profundamente essa população por meio de abusos físicos, psicológicos, sexuais e econômicos; respeita todos os direitos sexuais e reprodutivos, tanto aos indivíduos como às várias configurações familiares não tradicionais das pessoas LGBTI+; medidas de apoio e assistência aos LGBTI + mais marginalizados, particularmente aqueles com vulnerabilidades sociais adicionais; e garantia de assistência médica adequada a pessoas intersexuais e transgêneros em relação a suas peculiaridades clínicas e necessidades específicas de saúde, principalmente durante a pandemia.
Leia a carta completa, em inglês, aqui.