Oscar Bruna-Romero fala sobre a pandemia em videoconferência com o CSE

05/05/2020 18:00

O Conselho de Unidade do Centro Socioeconômico (CSE) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) reuniu-se por videoconferência nesta terça-feira, 5 de maio, no período da tarde e, além dos assuntos do colegiado, convidou o pesquisador do Departamento de Microbiologia, Imunologia e Parasitologia (MIP) do Centro de Ciências Biológicas (CCB) Oscar Bruna-Romero para falar sobre a pandemia de Covid-19.

Como integrante da comissão científica da UFSC sobre o tema, o professor Oscar tem sido bastante procurado pelos públicos interno e externo à Universidade, e sua exposição para membros do CSE foi mais uma oportunidade de trazer embasamentos às decisões dos centros de ensino quanto ao planejamento e à organização da infraestrutura para um possível retorno às atividades acadêmicas e administrativas da instituição.

A apresentação do professor Oscar foi logo no início da reunião online, e para ele o retorno da UFSC “ainda não é possível, pois estamos entrando no pico epidêmico”. Explica que mesmo com a divulgação dos dados oficiais, os quais mostram que a região Sul vem apresentando índices menores de infecção pela doença em comparação ao restante do país, esta proteção somente ocorreu pelo imediato fechamento de escolas, universidades, comércio, entre outros serviços não essenciais ao mesmo tempo e bem no início da pandemia.

Com a liberação, por parte do governo de Santa Catarina, das atividades econômicas nos últimos dias, a mensagem irá mudar, e a população perceberá na próxima semana o aumento de casos da Covid-19 no estado. Houve outra decisão administrativa de aumentar a quantidade de leitos, os quais ainda estão ocupados em proporção relativamente pequena. A quarentena mantinha baixos o número de casos e mortes e a taxa de ocupação dos leitos, que gira em torno de 15 a 20%.

A temporalidade dessa doença também é um fator a que “não estamos acostumados”, acrescenta o pesquisador do MIP, e exemplifica que a pessoa infectada pode apresentar os sintomas entre uma ou duas semanas depois, e passar mal entre 21 e 60 dias.

Para iniciar as discussões em torno de uma data de retorno das atividades nos campi da UFSC, Oscar adiciona cinco itens ao debate, em que as unidades de ensino têm fundamental participação. O docente cita que “deverá ser levado em conta o critério da idade, ou seja, todos os alunos, técnicos-administrativos e professores acima de 60 anos não poderão retornar” neste primeiro momento.

Outro ponto relevante são as comorbidades. Para tanto, deverá ser feito um levantamento do estado de saúde da comunidade universitária, em particular os asmáticos, cardiopatas, hipertensos, diabéticos, doenças bastante frequentes, mesmo que se enquadrem na faixa etária.

As atividades que gerem aglomeração, seja em sala de aula, refeitórios, bibliotecas, e até mesmo as formaturas, devem ser repensadas e com ocupação reduzida. As pessoas que apresentem síndromes respiratórias gripais deverão ser diagnosticadas antes de ingressar nos ambientes internos da UFSC. E por último, o desenvolvimento de sistemas institucionais de diagnóstico e prevenção.

Acompanhe a íntegra da apresentação no canal do CSE no Youtube.

Rosiani Bion de Almeida/Agecom/UFSC

 

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