Sala Verde proporciona uma tarde para conhecer plantas em sete pontos da UFSC
Em frente à Sala Verde, na parte térrea da Biblioteca Universitária (BU), um grupo aguardava o início da caminhada para conhecer um pouco da diversidade de plantas que podem ser encontradas no campus Florianópolis da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O começo da tarde desta quarta-feira, 19 de setembro, um dia ensolarado e quente, combinou bem com a proposta de reunir pessoas da comunidade para compartilhar conhecimentos ao longo de um percurso bastante verde.
Além da Sala Verde, seis lugares estavam na rota: Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI), Departamento de Botânica, Grupo de Educação Ambiental da Biologia (GEABio), Colégio de Aplicação (CA), Núcleo de Educação Ambiental (Neamb) do Centro Tecnológico (CTC) e Horto de Plantas Medicinais do Hospital Universitário (HU). Os participantes da oficina “Caminhos da Plantas” foram conduzidos pela bióloga e coordenadora da Sala Verde, Marlene Alano Coelho Aguilar, e pela farmacêutica e naturóloga, Denise Rodrigues, que nesta ação atuou como facilitadora.
A oficina está inserida na programação da Semana da Árvore, que está sendo realizada de 17 a 22 de setembro, promovida pela Coordenadoria de Gestão Ambiental da UFSC, em parceria com a Sala Verde, o Núcleo de Permacultura e a iniciativa estudantil UFSC Sem Plástico. Entre as iniciativas organizadas para esta semana, um mutirão de recuperação do Bosque do CFH e uma ação de limpeza pela Universidade.
Mais de 30 pessoas participaram da caminhada e o número de interessados foi ainda maior. A preocupação em limitar a participação foi “dar qualidade à atividade, o que só é possível com um grupo menor”, enfatiza Marlene. Em círculo, a coordenadora iniciou a atividade e pediu que cada um se apresentasse. Em sua fala argumentou que “a ideia é possibilitar que as pessoas possam conhecer os espaços da UFSC e seus sábios. Sair, conversar e fazer com que no contato com esses lugares e as pessoas que trabalham neles, quem sabe, deixar um gostinho de quero mais”.
Os dois canteiros de plantas, próximos à entrada da Sala Verde foram os primeiros a serem visitados. Marlene, que coordena este projeto desde 2012, explicou a proposta destes espaços “que estão abertos a quem tem interesse em conhecer, cultivar e colher. Esta é a relação que queremos ter com a Universidade”, sem dia e hora certa para esta interação. “Queremos disseminar esta cultura do cuidado”, frisa. O que começou sem nenhuma pretensão, hoje possui várias espécies de plantas, muitas delas trazidas, plantadas e colhidas de forma voluntária.
Entre as participações, alguns demonstraram bastante conhecimento e interesse na área, como a do médico do HU Cesar Paulo Simionato, que trabalha com Clínica Geral, Plantas Medicinais e Acupuntura. Cesar fez várias observações sobre as plantas durante o trajeto, nomes científicos e populares, as funções no ambiente e na saúde humana.
Jânio Scheffer, que trabalha na UFSC há 38 anos, também fez algumas ponderações bastante curiosas como quando mostrou casos de plantas aneladas, ainda no caminho para o NDI. Apontou o corte incorreto da vegetação no campus, que ao retirar a casca da planta na base impede a condução de seiva para as raízes e a condena à morte. Pediu que a Sala Verde faça uma intervenção neste sentido mostrando que a poda incorreta prejudica as plantas.
Na entrada do NDI, à espera do grupo, estava “seu Neldo”, do Projeto de Educação Ambiental do Núcleo. Um sábio que há 11 anos trabalha com as plantas na ótica das crianças. Neldo mostrou e explicou as riquezas do “Cantinho da Vovó” – babosa, malva, alfavaca, manjericão, sálvia, pitangueira, boldo, pariparoba, guaco, poejo, cavalinha, hortelão, melissa, capim-limão, erva-doce, mil folhas e outras. Ao seu lado, dando-lhe suporte, o médico Cesar observou que 80 a 90% da população utilizam planta medicinal e nenhum estudante de Medicina aprende planta. Segundo ele, a Medicina da Família poderia usufruir muito desta área que está abandonada por causa do mercado que influencia a formação dos profissionais.
Rosiani Bion de Almeida/Agecom/UFSC
Fotos: Henrique Almeida/Agecom/UFSC
Confira a galeria:
- Marlene, coordenadora da Sala Verde UFSC