Último dia do evento sobre 30 anos do PPGAQI debate internacionalização
O último dia do evento Revolução Azul no Brasil, que celebrou os 30 anos do Programa de Pós-graduação em Aquicultura da UFSC, iniciou com o debate sobre a internacionalização da Aquicultura na UFSC. Na manhã de 17 de agosto, sexta-feira, os presentes puderam refletir em conjunto sobre os desafios hoje postos para a área visando à internacionalização de seus cursos de graduação, pós-graduação e para a mobilidade de seus estudantes, docentes e técnicos-administrativos em Educação (TAEs).
O debate foi conduzido pela apresentação de Lincoln Fernandes, secretário de relações internacionais da UFSC (Sinter). Lincon apontou ao público que a internacionalização está intrinsecamente relacionada à missão da UFSC. Ou seja, a internacionalização visa a excelência acadêmica no ensino, pesquisa e extensão.
O secretário da Sinter exibiu o que denomina “ciclo da internacionalização”. Expondo o atual cenário na UFSC, Lincon apontou às 6 etapas que constituem este ciclo: conscientização, compromisso, planejamento, operacionalização, revisão e reforço. A UFSC atualmente tem colocado em movimento estas etapas e já conta com um comitê de internacionalização que envolve secretarias e pró-reitorias que mensalmente se reúne. Assim, a internacionalização supera os anteriores esforços difusos, muitas vezes de pesquisadores individuais ou de Programas de Pós-graduação isolados, e passa a uma política institucional transversal que a Sinter apoia.
Na apresentação, foram abordados os diversos processos já realizados, como as traduções para o inglês de páginas de secretarias, pró-reitorias e órgãos complementares como Hospital Universitário (HU), Restaurante Uuniversitário (RU) e Biblioteca Universitária (BU), além da tradução de documentos emitidos, nomes de disciplinas de graduação e pós-graduação e revisão dos testes de proficiência, tanto em nível de mestrado, como de doutorado. Com isso, toda uma estrutura necessária ao desenvolvimento de estudantes da UFSC e estrangeiros intercambistas tem sido realizada, como base indispensável à internacionalização da instituição.
Lincon, entretanto, não se limitou às recentes conquistas e avanços e apontou os desafios postos, apontando que os programas de pós-graduação, cursos, servidores e estudantes devem se integrar nesses esforços conjuntos. Enquanto estrutura fundamental, o Secretário destacou a dificuldade na integração de sistemas informacionais na UFSC; a necessidade de revisão dos testes de proficiência para mestrado e doutorado; a revisão da tradução para o inglês de algumas páginas de programas de pós-graduação; a necessidade de ampliação de vagas para cursos de idiomas para o TAEs da Sinter.
Em sua apresentação, Lincon ainda ressaltou que a universidade ainda precisa ofertar mais opções de cursos de português para estrangeiros, principalmente refugiados; cursos de português acadêmico para lusófonos de outras nacionalidades, ampliar a tradução de nome e ementas de disciplinas de pós-graduação ministradas em língua inglesa.
Além das medidas institucionais gerais, o secretário de relações internacionais deu relevância às atividades dos próprios programas que atraiam estudantes estrangeiros, como os cursos de inverno e verão (winter and summer schools) e a atenção que se deve ter com relação aos convênios de intercâmbio com outras instituições, almejando à mobilidade, como estabelecer relações com universidades estrangeiras que efetivamente receba e encaminhe estudantes, docentes e TAEs à UFSC.
Diante deste cenário, Lincon ressaltou que os Programas de Pós-graduação devem se imbuir da tarefa de criar um ambiente multicultural ao programa. Além disso, há outras estratégias relevantes como o desenvolvimento de workshops de pesquisa conjuntos com instituições estrangeiras; exposição internacional com material de divulgação; websites em inglês para divulgação do programa; política de reconhecimento de créditos; política de contratação de professores estrangeiros; participação em redes internacionais; fóruns internos de internacionalização; oferta de cursos em inglês; co-tutelas em mestrado e doutorado, dentre outras medidas que podem ser criadas pelos próprios programas.
Há, contudo, uma série ainda de desafios às instâncias da UFSC externas aos programas nesse desafio que Lincoln denominada de “quebra de paradigma”: o desenvolvimento de de uma cultura de internacionalização. Para isso, a participação de servidores neste processo é indispensável. Diante dessa cultura, ações concretas e simbólicas de valorização podem se materializar, como a maior pontuação em progressão docente de publicações conjuntas internacionais, por exemplo. Por fim, o secretário de relações internacionais destacou a importância da aprovação no Conselho Universitário (CUn) do Plano de Institucional de Internacionalização da UFSC, que concretiza os esforços visando a este fim.
Concluída a apresentação, os presentes puderam expor suas dúvidas e questionamentos, fomentando a quebra de paradigma de que Lincoln almejava e coletivamente aprofundando a discussão sobre o desenvolvimento de um Programa de Pós-Graduação que em seus 30 anos já percorreu um caminho de excelência.
Gabriel Martins/Agecom/UFSC