Oficinas do NIGS (UFSC) preparam estudantes de escolas públicas de Santa Catarina para debater questões de gênero
A coordenadora do Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (Nigs) da UFSC Miriam Pillar Grossi comemorou o tema da redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) desse ano “A persistência da violência contra a mulher na sociedade brasileira”. A proposta apresentou dados da violência no Brasil, como o número de agressões, denúncias e processos que envolvem a Lei Maria da Penha. Na prova de Ciências Humanas e suas Tecnologias, a obra O segundo sexo, da filósofa feminista francesa Simone de Beauvoir, também foi citada em uma questão, e levantou polêmica entre os deputados federais Jair Bolsonaro (PP/RJ) e Marco Feliciano (PSC/SP), que consideraram o Exame como uma forma de doutrinação.
“Maravilha de saber que estudantes e professores de escolas públicas de Santa Catarina que participaram de oficinas do projeto ‘Papo Sério’, Concurso de Cartazes Nigsufsc e GDE (Gênero e Diversidade na Escola) da UFSC vão ter mais chances de ir bem no Enem 2015 nas questões de ontem sobre feminismo e na redação de hoje sobre violências contra as mulheres na sociedade brasileira. Momento de alegria em ver que o esforço de nossa formação não foi em vão”, declarou Miriam Grossi, no domingo, após ficar sabendo do tema da proposta de redação.
O projeto Papo Sério faz parte das atividades do Nigs e atua por meio de de oficinas temáticas, eventos acadêmicos e do Concurso de Cartazes organizado anualmente com estudantes de escolas públicas. A competição deste ano teve 289 cartazes inscritos, produzidos por alunos da educação infantil, ensinos fundamental e médio, e Educação de Jovens e Adultos (EJA). Os cartazes foram julgados e premiados em quatro categorias “Prêmio Científico”, “Prêmio NIGS”, “Prêmio Popular Presencial” e “Prêmio Popular Facebook Oficial”. A cerimônia de premiação foi realizada no auditório da Reitoria no dia 16 de outubro. Com o tema “Violências e discriminações devem ser combatidas da educação infantil e básica à educação de jovens e adultos” o objetivo do concurso foi criar uma discussão entre professores e alunos, em torno dos assuntos homo-lesbo-transfóbicos, heterossexistas, capacitistas e sexistas nas escolas.
A questão de gênero tem ganhando cada vez mais espaço de discussão na sociedade, principalmente no campo da Educação, pois há uma necessidade de discussão desse tema entre os jovens; porém, para ser aprovado em 2014, o Plano Nacional de Educação (PNE) teve de excluir todas as menções à discussão de gênero, e o mesmo acontece com os planos municipais e estaduais, que precisaram retirar propostas que envolviam sexualidade e relações de gênero.
Giovanna Olivo/Estagiária de Jornalismo/Agecom/DCG/UFSC