Impactos do ‘El Niño’ e de outras oscilações climáticas são temas de palestra na UFSC

15/05/2015 15:12

El Niño e mudanças climáticas” foi a palestra apresentada pela professora de Meteorologia, Alice Marlene Grimm, na manhã desta sexta-feira, 15 de maio, no auditório da Reitoria da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC).

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Professora de Meteorologia, Alice Marlene Grimm profere palestra na Reitoria. Foto: Tamiris Moraes/Estagiária de Fotografia/Agecom/DGC/UFSC

“Fico muito feliz por trazer para Florianópolis essa aula e poder falar de algo que tanto amo, que é a Meteorologia”, disse a professora catarinense na abertura. O tema principal da palestra foram as mudanças climáticas, com enfoque sobre os dois tipos de El Niño – que são as variações de clima mais evidentes em Santa Catarina – e também sobre outras oscilações que afetam o estado, como as interdecadais e as intersazonais. “Às vezes, uma região passa por muitos anos de seca extrema ou chuva exagerada, e as pessoas não sabem que se trata de mudanças interdecadais, e que poderiam se organizar melhor se houvesse uma previsão mais precisa”, explicou.

El Niño é um fenômeno atmosférico-oceânico causado pelo superaquecimento das águas superficiais do oceano Pacífico Tropical e pela redução dos ventos alísios – que sopram de leste para oeste – na região equatorial. Sua principal característica é a capacidade de afetar mundialmente o clima, pela mudança nas correntes atmosféricas. O enfraquecimento dos ventos alísios na região equatorial provoca mudanças nessas correntes, que geram precipitações e secas fora do normal em diversas partes do mundo, além de aumento ou queda de temperatura, também anormais.

Os principais impactos causados pelo El Niño-Oscilação Sul (Enos) no Brasil são as secas nas regiões Norte e Nordeste – o que aumenta a incidência de queimadas –, as precipitações extremas na região Sul e o aumento anormal da temperatura na região Sudeste. Quando ocorre o inverso, ou seja, o resfriamento fora do normal nas águas da região equatorial do oceano Pacífico, o fenômeno chama-se La Niña.

Assim que El Niño se inicia, é possível prever que impactos podem acontecer em determinada região e buscar um preparo da Defesa Civil, para proteção das pessoas, e também das usinas hidrelétricas e da agricultura.

Alice é professora de Meteorologia na Universidade Federal do Paraná (UFPR) e membro da Comissão de Ciências Atmosféricas da Organização Meteorológica Mundial. Formada em Física e Arquitetura e Urbanismo, dedica-se exclusivamente à Meteorologia. O ponto de partida para sua carreira nessa área foi, primeiramente, a graduação em Física; em segundo plano, ela teve uma motivação pessoal. “A enchente de 1983 no Vale do Itajaí destruiu tudo na casa dos meus pais, eles disseram que nunca haviam visto algo parecido”, lamenta. A tragédia aconteceu em função de uma atuação muito forte do fenômeno El Niño, e foi aí que surgiu o interesse pela área. “Eu queria poder ajudar as pessoas a não passarem pelo que a minha família enfrentou.”

Gisele Flôres/Estagiária de Jornalismo Agecom/DGC/UFSC

Revisão: Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC

Fotografia: Tamiris Moraes/Estagiária de Fotografia/Agecom/DGC/UFSC

 

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