EdUFSC brinda leitores do Brasil com dois clássicos do geógrafo Paul Claval

06/01/2015 13:19

A geografia cultural - 4.ed. rev.A Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC) brinda os leitores brasileiros com dois livros do consagrado intelectual francês Paul Claval: a 4ª edição de A geografia cultural; e a 2ª edição  revista de Epistemologia da Geografia. Os dois clássicos, cujos conteúdos se complementam e se misturam, foram traduzidos pelos professores da UFSC, Luís Fugazzola Pimenta e Margareth de Castro Afeche Pimenta. O autor é um dos principais geógrafos da atualidade. Premiado e condecorado em vários países, Claval é Professor Emérito da Universidade Sorbonne (Paris). “A cultura é uma mediação entre homem e natureza; as culturas são realidades em movimento”, define. Para o autor, a cultura é um dos fatores essenciais de diferenciação das condições sociais e do status reconhecido à cada indivíduo”.

Segundo a EdUFSC realça na contracapa, Claval traça um amplo panorama dos estudos geográficos que elegem a cultura como importante componente nas relações entre homem e meio  e nas relações sociais. “A paisagem tornou-se uma das matrizes da cultura”, resume.  Além de analisar os componentes da abordagem cultural, explica como a cultura interfere na estrutura espacial das sociedades. Aborda, na sequência, “a marca das sociedades no ambiente em que vivem e nas paisagens em que evoluem” e, de quebra, mostra porque “nem todas as culturas se inscrevem no mesmo nível de desenvolvimento”.

A Geografia Cultural, criada no início do século XX, surgiu da necessidade da diversidade dos gêneros de vida e das paisagens, sintetiza Paul Claval. Sete capítulos da obra o geógrafo define num parágrafo: “A cultura é uma criação coletiva e renovada dos homens. Ela molda os indivíduos e define os contextos da vida social, que são, ao mesmo tempo, os meios de organizar e dominar o espaço. Ela institui o indivíduo, a sociedade e o território em que se desenvolvem os grupos. As entidades coletivas que daí resultam limitam as marcas exteriores e explicam como diferentes sistemas de valor podem coexistir num mesmo espaço”.

A obra trata de ciência, comunicação, meio ambiente, cinema, educação, história, tudo interligado e permeado pela geografia cultural. “Os choques culturais estão na origem da maior parte dos conflitos que abalam o mundo após a Queda dos Muros”, conclui o pensador, que radiografou no livro um panorama que abarca “as primeiras contribuições da geografia humana até a caracterização das grandes problemáticas culturais atuais”.

Epistemologia da geografia - 2.ed.revJá o livro Epistemologia da Geografia, além de enriquecer o catálogo da EdUFSC, reforça a Geografia Cultural e coroa, segundo os tradutores, a “vastíssima obra” de Paul Claval. Neste livro, a Epistemologia “está centrada na análise das práticas científicas dos geógrafos”, explorando o que  chamam na academia de o “saber-fazer”. Paul Claval alerta que “o trabalho do geógrafo é sempre complexo”, isto é, “não se resume a alguns métodos elementares”.

Em oito capítulos, por exemplo, Claval reconstitui “a natureza e a construção dos conhecimentos populares e as geografias aplicadas do mundo tradicional e a evolução das geografias científicas”. Em outros três capítulos, evoca “os debates epistemológicos que a disciplina alimentou desde o final do século XIX”. O 12º capítulo, que fecha o livro, enfoca “o contexto no qual são elaboradas as perguntas dirigidas aos geógrafos”. Paul Claval, depois de lembrar que “a geografia científica não dá as costas às formas de conhecimento que a precederam”, sublinhou que “a compreensão do mundo contemporâneo implica a exploração das representações geográficas que partilham as massas populares”.

– A Nova Geografia evidencia também as dimensões espaciais da procura de prestígio e de status; ela revela os jogos de poder. Permite compreender o papel das relações institucionalizadas na organização dos grupos dotados de uma estrutura, de uma arquitetura social. Em suma, assim como Claval faz nos livros traduzidos pela EdUFSC, “as reflexões e questionamentos epistemológicos resultam da dinâmica própria da pesquisa e das preocupações daqueles que a conduzem”. O autor conclui que “fazer geografia hoje é se debruçar sobre os desafios aos quais a humanidade está confrontada, é explorar as mudanças de atitude que ela deve efetuar, é imaginar as novas normas das quais se deve estar munido”. As obras são ilustradas com mapas, quadros e figuras que facilitam a leitura e o entendimento. Pelos títulos da EdUFSC viajam as grandes transições culturais à esteira das revoluções embaladas pela Nova Geografia.

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Moacir Loth/Jornalista da Agecom/UFSC

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