EdUFSC comemora 30 anos de clássico da literatura brasileira
Os debates e seis mesas-redondas de um simpósio nacional realizado em 2011, em Florianópolis, resultaram em uma bela contribuição à teoria literária: Contatos e Contágios: escrituras sobre Valêncio Xavier, organizado pela professora Maria Salete Borba e publicado pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC). A obra reúne 15 autores que se debruçaram sobre a produção artística e literária de Valêncio Xavier para marcar os 30 anos do clássico O mez da grippe.
Nascido em São Paulo, o autor de Minha mãe morrendo e o menino mentindo ficou mais conhecido como escritor e agitador cultural de Curitiba. Valêncio Xavier foi um artista plural que bebeu na cultura de vanguarda europeia. O livro da EdUFSC analisa e valoriza a escritura e trajetória artística do intelectual que brilhou também como roteirista, cineasta, diretor de televisão e colunista de jornal.
Brincando com a ficção e a realidade e utilizando os recursos da hipertextualidade, o livro O mez da grippe, salienta Maria Salete Borba, “tem como pano de fundo a Primeira Guerra Mundial, que vem nos apresentar o rompimento com o paradigma burguês”. O filósofo alemão Walter Benjamin mostra, por exemplo, que a guerra e seus horrores “não só modificaram o mundo exterior, mas, principalmente, abalaram o universo ético”.
Valêncio Xavier inova porque torna, na opinião da organizadora do simpósio e do livro, “o leitor coautor e responsável por todo encadeamento do texto ou da ficção”. Isso exige e abre portas para leituras diversas de “fundo teórico, plástico e literário”. E é este, em síntese, o desafio central assumido pelos participantes do Simpósio Contatos e Contágios: 30 anos de O mez da grippe de Valêncio Xavier. A homenagem não se limitou aos debates. A exposição “Chifre coberto de carne. Valêncio Xavier: Uma retrospectiva”, que encerrou o evento, permaneceu aberta ao público, no Memorial Meyer Filho, de 15 de dezembro de 2011 a 27 de janeiro de 2012.
O lançamento da EdUFSC, imagina a organizadora, serve para “contagiar e reunir pessoas que percorreram caminhos e imagens, roteiros e mapas mostrando como cada leitor é o responsável/autor de sua própria história”. Os 15 autores procuraram, portanto, ler, reler e recuperar a fortuna crítica de Valêncio Xavier (1933-2008). Como realça a editora, O mez da grippe foi conquistando em três décadas, “não somente corpus crítico, mas um corpus mutante transformado em filme, em peça de teatro e em discussão”. E, de novo, em livro.
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Moacir Loth/Jornalista da Agecom/UFSC
























