Projeto Imagine realiza primeira etapa internacional no Peru
A primeira etapa internacional do Projeto Imagine foi realizada durante os dias 31 de julho e 3 de agosto, no colégio Sagrado Corazón de Jesus, no Peru, em parceria com a Universidad Andina del Cusco. Um grupo de 18 adolescentes, vindos de famílias de agricultores, participaram das atividades de estudo sobre DNA, hereditariedade e diversidade.
A missão, com o objetivo de popularizar a ciência em lugares de difícil acesso, ocorreu a 3.900 quilômetros de casa: essa é a distância aproximada entre a UFSC e a província peruana de Calca. “As pessoas escutam falar de ciência, assistem a esse assunto na televisão e, inclusive, estudam; mas quase sempre de uma forma limitada aos livros e à teoria. No Projeto Imagine, a ideia é que todos tenham a oportunidade de pôr a mão na massa, compreendendo as diferenças entre os seres humanos e valorizando as suas semelhanças”, explica o coordenador-geral do Projeto Imagine, André Ramos.
Membros do projeto falam da experiência. “O que mais surpreendeu foi o envolvimento rápido que os alunos tiveram logo no primeiro dia de curso. A gente achava que teria uma dificuldade com o idioma ou com a comunicação, talvez até pelo dialeto quechua, mas não!”, relata Guilherme Razzera, professor de Bioquímica. E disse também: “Eu comecei a ver o retorno que a gente tem da parte deles, ensinando-nos e mostrando como é o seu entorno.”
Tomás Rostirolla, estudante de Biologia, conta que foi falado muito sobre a agricultura. “Existem mais de mil espécies de milho no Peru e 8 mil espécies de batata, que foram cultivadas pelos incas. Além da quinoa, que é outro alimento ancestral. Até hoje, esses três alimentos compõem a base da alimentação local.”
No dia 1º de agosto, é celebrado o Ano-Novo do Império Inca. “Cada colheita que chega é um novo ano que se realiza. Nessa data, há um culto de pagamento à terra, que chamamos de Pacha Mamma, porque a Pacha Mamma existe! É a Mãe Terra”, conta o professor do colégio Sagrado Corazón de Jesus, Mario Mamani. Segundo a tradição, é comum, como forma de oferenda, derramar chicha na porta das casas, uma bebida alcoólica feita de milho.
Os incas acreditavam em vários deuses, sendo Inti o mais forte, o deus do sol. A própria palavra inca significa filho do sol. Porém, cultuavam também animais considerados sagrados, como o condor e o jaguar.
Um documentário sobre a primeira etapa internacional – no Peru – está em fase de edição e, em breve, estará disponível no canal do Projeto Imagine no YouTube.
Mais informações: http://projetoimagine.ufsc.br/
Fonte: Artur Felipe Figueira/Projeto Imagine
Claudio Borrelli/Revisor de Textos da Agecom/DGC/UFSC