Alunos de Nutrição realizam intervenção para reduzir consumo de açúcar no café servido no HU
Estudantes do curso de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), realizando o Estágio Supervisionado em Unidades de Alimentação e Nutrição, no Serviço de Nutrição e Dietética (SND) do Hospital Universitário Polidoro Ernani de São Thiago (HU/UFSC), desenvolveram atividades para reduzir a oferta de açúcar no hospital. A abordagem utilizada foi a de conscientizar pacientes, acompanhantes e funcionários com a finalidade de diminuir a quantidade de açúcar no café – as quantidades adequadas de consumo foram baseadas em recomendações recentes da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O trabalho conseguiu reduzir em 18% a quantidade de sachês que deixaram de ser distribuídos, comparando-se os meses de abril (quando se iniciou a atividade) e junho de 2014. Os estagiários conversaram com as copeiras e conseguiram reduzir de dois para um o número de sachês distribuídos aos pacientes adultos não diabéticos na primeira refeição do dia – cerca de 5.300 saquinhos de açúcar deixaram de ser entregues nesse período.
Quando a atividade, que incluiu enfermos na ala pediátrica e seus acompanhantes, foi iniciada, as copeiras colocavam 9g de açúcar no café das crianças; atualmente, elas recebem 7g, quantidade que se aproxima dos padrões recomendados pela OMS, 5g. O processo de diminuição tem sido gradual. Entre os acompanhantes, registrou-se que a maioria ingere, em uma xícara de café, metade do açúcar diário recomendado pela OMS. Para incentivar a mudança de hábitos, foram fixados cartazes junto à garrafa térmica de café mostrando as consequências desse consumo para a saúde.
Os estagiários trabalharam também a quantidade de açúcar ingerida pelos servidores do SND: entre eles, uma xícara de café também continha a metade do açúcar recomendado para um dia inteiro. Para conscientizá-los, os alunos montaram a “mesa de intervenção”, ao lado do bebedouro do refeitório, e, sobre ela, encheram copos com o açúcar equivalente ao dos alimentos que os funcionários revelaram ter em casa, indicando essa quantidade em gramas e colheres.
Após despertar interesse dos funcionários, a atividade passou a ser semanal, e uma placa próxima à mesa foi fixada, convidando-os a se aproximar e pedir informações sobre o consumo de açúcar. De acordo com a estagiária Mariana Girardi, algumas pessoas vinham e faziam perguntas; depois, falavam do assunto com amigos, que, curiosos, iam até a mesa. “Ouvimos perguntas como ‘É verdade aquilo ali?’; ‘É tudo isso que tem [sic] de açúcar mesmo nos produtos?’; e comentários como ‘Nossa!, que bom que não compro este tipo de biscoito para o meu filho!’”, conta.
Segundo a OMS, um adulto que ingere cerca de 2000 kcal/dia não deve ultrapassar 25g de açúcar por dia (duas colheres de sopa). Entre crianças de três a cinco anos de idade a recomendação varia de 15g a 18g, e o consumo para a faixa etária dos seis aos nove deve ser de 18g a 22g – o excesso dessa quantidade está associado a diversas doenças, como a cárie dental, diabetes e obesidade.
A pesquisa sobre o controle da utilização de açúcar foi iniciada no primeiro bimestre deste ano, sob orientação das professoras Anete Araujo de Sousa e Rafaela Fabri. As estagiárias Ana Carolina Palmeira, Luana Cristina Wilvert e Sara Masiero quantificaram o açúcar consumido no HU e constataram o excesso em relação ao recomendado. Os estudantes que os sucederam decidiram continuar o trabalho, adotando uma posição ativa para intervir na mudança desse hábito alimentar. Além de Mariana Girardi, os alunos Rafael Baratto Vicenzi e Aline Cardozo desenvolveram as atividades, sob a orientação das professoras Rafaela Fabri e Rossana Pacheco da Costa Proença.
Matheus Alves / Estagiário de Jornalismo na Agecom / UFSC
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Claudio Borrelli / Revisor de Textos da Agecom / Diretoria-Geral de Comunicação/ UFSC