Pesquisadora francesa ministra palestra sobre obesidade na UFSC

No meio, a pesquisadora Marie Françoise Rolland-Cachera, acompanhada dos professores Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos e Maria Alice Alternburg de Assis
No último dia 13, a pesquisadora da Universidade Paris 13, Marie Françoise Rolland-Cachera, ministrou a palestra “Alimentation au debut de la vie et risque d’obesité” (Alimentação no início da vida e risco de obesidade), no Centro de Ciências da Saúde (CCS/UFSC), que abordou a influência da alimentação nos anos iniciais sobre a saúde dos indivíduos ao longo da vida, as causas do número elevado de crianças e adolescentes com excesso de peso e propostas de prevenção. Na Universidade desde abril, Marie Françoise participou durante um mês como pesquisadora visitante CNPq dos programas de pós-graduação em Nutrição, Saúde Coletiva e Educação Física.
Sua colaboração científica teve início em 2001, quando participou da pesquisa “Prevalência de sobrepeso e obesidade em escolares de 7 a 10 anos no município de Florianópolis”, sob a coordenação dos professores Maria Alice Altenburg de Assis e Francisco de Assis Guedes de Vasconcelos, do Departamento de Nutrição. O resultado foi divulgado em 2002 e publicado em diversas revistas nacionais e internacionais. “Nós estabelecemos esta colaboração no domínio da obesidade, e eu estou de volta a Florianópolis para continuar essa parceria, visto que o estudo já está na terceira edição, com pesquisas similares realizadas em 2007 e em 2012/2013”, acrescenta Marie Françoise.
De acordo com a pesquisadora, entre os principais fatores responsáveis pela obesidade de crianças e adolescentes estão o alto nível de sedentarismo, em função do aumento do tempo gasto diante de aparelhos como televisão, computador e celular; a má distribuição das refeições ao longo do dia; o hábito de consumo de alimentos de alto valor calórico e pouco nutritivos; o aumento do tamanho das porções dos lanches e refeições; a alta ingestão de bebidas açucaradas e o baixo consumo de frutas e legumes. A recomendação é que adolescentes e adultos evitem o consumo de alimentos com alto teor de gordura; no entanto, o conselho não se aplica a crianças.
Segundo os estudos, crianças de diversos países têm uma alimentação caracterizada por uma quantidade alta de proteínas e insuficiente de lipídios. Esse perfil nutricional é contrário às recomendações oficiais e contrasta com a composição nutricional do leite materno – rico em lipídios e com baixo teor proteico. O excesso de proteínas na alimentação favorece a multiplicação das células adiposas de todos os tecidos corporais; já a deficiência de lipídios pode causar uma adaptação do metabolismo que favorece o acúmulo de gorduras. Portanto, a orientação para a alimentação das crianças, ao contrário de adolescentes e adultos, é não reduzir a quantidade de lipídios nem aumentar a de proteínas – por meio do consumo de produtos lácteos com baixo teor de gordura, por exemplo –, mas buscar uma alimentação equilibrada. Para Marie Françoise, é também fundamental estabelecer programas que facilitem o aleitamento moderno.
Agecom/Diretoria-Geral de Comunicação/UFSC
Fernanda Costa/Estagiária de Jornalismo
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Claudio Borrelli /Revisor de Textos