Revista Subtrópicos analisa clássicos traduzidos pela EdUFSC
Com circulação antecipada na versão eletrônica, a 6ª edição impressa da revista Subtrópicos começou a ser distribuída pela Editora da Universidade Federal de Santa Catarina (EdUFSC). Nesta edição divulga, comenta e critica obras locais, nacionais e internacionais, incluindo títulos publicados pela própria editora universitária.
O crítico literário Kelvin Falcão Klein aborda, por exemplo, Contos de Mércio, do alemão Kurt Schwitters, traduzido pela professora Maria Aparecida Barbosa, e que “nos mostra um mundo da criação, e não da representação”. Já o professor do Programa de Pós-Graduação em Educação da UFSC, Alexandre Fernandez Vaz, analisa Os herdeiros: os estudantes e a cultura, clássico lançado há 50 anos por Pierre Bordieu e Jean-Claude Passeron, traduzido para a EdUFSC pelos professores Ione Ribeiro Valle e Nilton Valle. Nesta obra, segundo o artigo, os dois pensadores europeus “desmontam o mito da educação democrática preconizada pela Terceira República Francesa (1870-1940) e suas ideias liberais”.
No lugar da tradicional entrevista das páginas centrais, Subtrópicos brinda os leitores com um artigo atual e oportuno sobre a literatura negra. Poeta, músico, letrista e crítico, Ronald Augusto discute, a partir da leitura de obras sobre o tema, “os limites e as virtudes da literatura negra”. Para ele, “literatura negra só pode ser mesmo literatura, isto é, uma forma de discurso que tem sua autonomia conectada ao campo estético”. A literatura negra, constata o autor, está se consolidando rapidamente no Brasil.
No artigo que abre a revista, o sociólogo e jornalista Gilberto Felisberto Vasconcellos denuncia “a trapaça da historiografia chapa-branca” na América Latina. Na sua opinião, “a esquerda tem sido vítima do stalinismo ou do marxismo eurocêntrico de perfil acadêmico, deslumbrado com a democracia das multinacionais”.
O diretor da EdUFSC, Fábio Lopes, disseca Retrato do Brasil, “obra máxima” do paulista Paulo Prado. O livro é “a tentativa de produzir um retrato da modernidade e de seus limites”, esclarece. Prado foi um dos financiadores da Semana de Arte de 1922. “É a pós-modernidade que Prado procura divisar por aqui”, resume Fábio Lopes. Mestre em literatura e editor da Subtrópicos, o jornalista Dorva Rezende escreve sobre Histórias para lembrar dormindo, de Bráulio Tavares. Aqui o autor de Mundo Fantasmo apresenta 40 contocrônicas que “podem ser lidas como curta-metragens ou HQs dos sonhos e pesadelos” do escritor.
Atílio Buttuni Jr, doutor em Linguística, comparece com o artigo Lacrar, performar, resistir, e o professor da Pós-Graduação em Economia da UFSC Pablo F. Bittencourt destaca Lição de história em prol da indústria, realçando o desafio dos gestores na integração do local ao global através das políticas industriais e de inovação.
A revista Subtrópicos também anuncia lançamentos da editora. Na vitrine desta edição aparecem Partilhas do incomum: Leituras de Maria Gabriela Llansol, organizado por Maria Carolina Fenati; As categorias, de Aristóteles, traduzida por Fernando Coelho, e Crônicas das cidades partidas, de Jeana Laura da Cunha Santos, vencedora do Prêmio Maura de Senna Pereira. A contracapa da revista continua privilegiando a fotografia, com espaço para a “infância” de Michele Diniz.
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Link da versão online da revista: http://issuu.com/ayrtoncruz/docs/subtropicos_n06
Moacir Loth /Jornalista da Agecom / UFSC
moacir.loth@ufsc.br