Núcleo de Estudos Açorianos conclui restauração do monumento Santa Cruz

16/12/2013 15:54

Monumento Santa Cruz, em frente ao Museu Osvaldo Rodrigues Cabral (MArquE). Foto: divulgação

O Núcleo de Estudos Açorianos (NEA), da Secretaria de Cultura (SeCult) da UFSC, juntamente com o Museu Universitário, concluiu os trabalhos de revitalização do Monumento Santa Cruz, no campus de Florianópolis, bairro Trindade, em frente ao Museu Osvaldo Rodrigues Cabral (MArquE). A equipe, comandada pelo servidor Euclides Vargas, técnico em Restauração do Museu, finalizou os trabalhos no início deste mês.

Em 1998, o pesquisador Gelci José Coelho idealizou o projeto de ter um desses marcos no campus: as Santas Cruzes, com todos os seus variados elementos decorativos, são um dos marcos histórico-culturais mais antigos da Ilha de Santa Catarina. É uma herança portuguesa (deixada na Ilha de Santa Catarina pelos açorianos que ocuparam este espaço no século XVIII), presente em todo o continente brasileiro, cuja memória nos remete ao frei Henrique de Coimbra, que celebrou a primeira missa no Brasil aos pés de uma Santa Cruz – uma das providências tomadas pelos portugueses em sua chegada. 

Um pouco da simbologia

Todos os elementos que decoram as Santas Cruzes têm sua simbologia relacionada à Paixão e Morte de Jesus Cristo.

Coroa de espinhos: representa a coroa real, e, com ela, Jesus Cristo foi coroado “Rei dos Judeus”.

Coração com chamas: representa a fé.

O galo: simboliza a omissão a Cristo, quando são Pedro nega tê-lo conhecido.

Martelo: utilizado para cravar os pregos nas mãos e pés de Cristo.

Cravos (pregos): usados para cravar as mãos e os pés de Cristo ao madeiro da cruz.

INRUI: iniciais escritas em uma tabuleta que foi colocada no alto da cruz, e significa “Jesus Nazareno Rei dos Judeus”.

Resplendor: luz espiritual do santo Cristo.

Lanças: uma com a qual, em sua ponta, foi colocado fel, oferecido ao Cristo como bebida; outra, com lâmina afiada, traspassou o coração de Jesus, tendo sido esse gesto o golpe final.

Escada: utilizada para descer o corpo de Cristo da cruz.

Torquês: utilizada para arrancar os cravos que prendiam as mãos e os pés de Jesus Cristo na cruz.

Canas: serviram como cetro real, quando Jesus Cristo foi torturado e intitulado “Rei dos Judeus”.

Corneta: com ela o arauto anunciava a morte de um condenado, convocando todos a assistir ao martírio.

Cálice: o santo cálice no qual foi recolhido o sangue de Jesus Cristo.

Ossos humanos: a lenda conta que, quando Jesus Cristo agonizava na cruz no Monte Calvário, aconteceu uma grande tempestade, e a erosão provocada pela chuva fez surgir alguns ossos humanos – considerados como sendo os ossos do bíblico Adão.

Pesquisa: Izabel Orofino e Gelci José Coelho.

Mais informações: NEA – (48) 3721-8605.

Claudio Borrelli / Revisor de Textos da Agecom / UFSC
claudio.borrelli@ufsc.br

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