Ciclistas fazem manifesto após morte de aluna da UFSC e pedem ciclovias já
Fotos: Jair Quint/Agecom/UFSC
Na manhã desta quinta-feira, 4 de julho, alunos do curso de Oceanografia da UFSC, integrantes dos movimentos ViaCiclo e Bike Anjo Floripa, pedestres, ciclistas e simpatizantes reuniram-se na rótula em frente à Praça Santos Dumont, na saída da Trindade da Universidade, para realizar uma homenagem à estudante Lylyan Karlinski Gomes, que faleceu na manhã da última segunda-feira, dia 1º de julho, no mesmo local, atropelada por um ônibus. O ato, organizado por meio das redes sociais, foi um protesto pela falta de segurança para os ciclistas e culminou com a colocação de uma “bicicleta fantasma” no topo de um poste. Segunda a polícia, cerca de 150 pessoas participaram da manifestação que durou três horas, com início às 8 horas.
De acordo com a aluna da UFSC e colega da vítima do acidente, Fernanda Cirello, os alunos da turma estão muito abalados e contaram com integrantes da ViaCiclo para organizar o manifesto. “Eles entraram em contado com a gente e o pessoal, imediatamente, abraçou a ideia”, destacou.
A manifestação começou com pedestres, alunos e ciclistas dando voltas ao redor da rótula. Muitos traziam faixas e cartazes cobrando atitudes de autoridades e mostraram indignação diante de mais um acidente que vitimou uma ciclista. A pedido da polícia, os manifestantes foram para dentro da rótula e liberaram um pouco o trânsito que estava há muito tempo parado. Alunos da Oceanografia, colegas de Lylyan, carregavam, emocionados, flores brancas em sua homenagem. O presidente da ViaCiclo, Daniel Costa, fez um discurso emocionado e pediu o fim das mortes de ciclistas por negligência de motoristas e, principalmente, por falta de ciclovias.
Enquanto um dos membros da ViaCiclo pendurava uma bicicleta branca – simbolizando a ‘bicicleta fantasma’ – os demais participantes ficaram de mãos dadas ao redor da rótula e fizeram um minuto de silêncio. Essa foi a sétima bicicleta fantasma pendurada em Florianópolis, e junto dela, foram deixadas flores em homenagem à Lylyan.
A ciclista Gabriela Falcão Klein não era conhecida da aluna, nem participante da ViaCiclo, mas por meio das redes sociais soube do proteste e trouxe seu filho Miguel, de 4 anos, para participar. Ela utiliza bicicleta todos os dias para se locomover na cidade, e falou que se sensibiliza com atos como esse e, assim como toda mãe, teme pelo futuro de seu filho, Gabriela ressaltou que as ciclovias são fundamentais para quem anda de bicicleta, e a imprudência dos motoristas só piora a situação.
Quando a ‘bicicleta fantasma’ já estava devidamente instalada, os manifestantes deitaram na rua em sinal de protesto. Por cerca de 4 minutos, os motoristas tiveram sua passagem bloqueada por dezenas de pessoas e bicicletas deitadas no chão. Em pé, somente o grande número de jornalistas que cobriram o evento. Liderados por representantes da ViaCiclo, novamente as pessoas se reuniram na rótula para decidir o destino final do evento. Por maioria de votos, decidiram ocupar o prédio da Reitoria da UFSC.
Com o som das buzinas das bicicletas, o movimento se dirigiu à Reitoria e lá, começaram a cantar pedindo por ciclovias no entorno da Universidade. Como a reitora Roselane Neckel está viajando, e a vice-reitora Lúcia Helena Pacheco não estava presente, o chefe de Gabinete da Reitoria Carlos Vieira foi atender aos manifestantes. Após um longo debate, ficou decidido que quem quiser participar da elaboração de uma carta de intenções à Reitoria, poderá ir ao Centro Acadêmico de Oceanografia na manhã desta sexta-feira, 5 de julho.
A ‘bicicleta fantasma’ é um símbolo em homenagem ao falecimento de um ciclista e um protesto permanente. Ela indica que no local, um ciclista morreu atropelado por um automóvel. Lylyan Karlinski Gomes morreu na manhã do dia 1º de julho, após ser atropelada por um ônibus, próxima à UFSC e à Praça Santos Dumont, no bairro Trindade.
Veja a reportagem do jornalista Fábio Bianchini e do cinegrafista Peri Carvalho para o Universidade Já/TV UFSC: